Opinião

Do jornalista Fábio Campos, comentando parte da trajetória de Eduardo Cunha, o chantageador-mor da república, segundo Randolfe Rodrigues:

"Fato: a dura denúncia apresentada no Supremo contra o presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB), suga boa parte das forças do mais efetivo (e declarado) opositor da presidente Dilma Rousseff. Antes da denúncia, já era bastante frágil a credibilidade de Cunha para liderar um processo de impeachment da presidente.
Vamos à trajetória do carioca Eduardo Cunha: na política, o começo se deu a convite de PC Farias, o Caixa 2 de Fernando Collor. Mais tarde, se alinha ao grupo de Anthony Garotinho e passa a ser um liderado do então governador do Rio, quando se notabilizou pela capacidade de levantar recursos para as campanhas eleitorais.
É deputado federal desde 2003, reeleito em 2006 e 2010. Foi exatamente entre esses dois últimos mandatos que começaram as estripulias detectadas pela Operação Lava Jato. Na época (2006-07) em que o Ministério Público situa a primeira acusação, Cunha era um parlamentar sem expressão nacional, sendo um membro do grupo que a crônica política costuma chamar de “baixo clero”.
Na eleição de 2010, foi o quinto deputado federal mais votado do Rio de Janeiro. Coincidência? Talvez não. Nessa fase, segundo o Ministério Público, Cunha já era o beneficiário do absurdo propinoduto que funcionou na Petrobras. Caso tenha sido mesmo assim, certamente seu caixa de campanha teve papel importante no tamanho de sua votação.
Agora, uma questão que não pode escapar: como um deputado que nem era da linha de frente da Câmara dos Deputados conseguiu ter tanta influência nos negócios da Petrobras? Ora, era um poder concedido. Por quem? A resposta é óbvia e pode ser respondida por uma nova pergunta: quem manda na Petrobras?...


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