Opinião


Uma biblioteca por escola

Acrísio Sena 

É comum, em atividades em defesa de uma educação pública, gratuita e de qualidade, me encontrar com pais e mães preocupados com a queda do nível de leitura de seus filhos. Na verdade, esta questão atinge também o universo privado. A nova geração de estudantes, do smartphone e da internet, tem dificuldade de se entreter com as páginas imóveis dos livros.
O universo maravilhosamente onírico das histórias escritas parece perder força ante a avalanche de imagens de videogames e redes sociais.
Mas lutar é preciso. Sem querer competir com o mundo virtual, é preciso oferecer alternativas de formação concretas para nossos alunos. A mais evidente é disponibilizar uma quantidade razoável de bons livros em um local dedicado à leitura e à pesquisa. Infelizmente, nem toda escola possui uma biblioteca. E as que têm o equipamento muitas vezes não possuem um acervo completo, organização de títulos e nem pessoal capacitado para tocar o barco.
No mundo inteiro, as melhores escolas são aquelas onde professores e bibliotecários trabalham juntos, conseguindo níveis mais elevados de competência em literatura, leitura, aprendizagem, solução de problemas e domínio das tecnologias da informação. A lei nº 4084/62, que regulamenta a profissão de bibliotecário, exige que cada biblioteca seja administrada por este profissional. A lei 12.244/10 exige que cada instituição de ensino – pública ou privada – possua biblioteca em suas dependências até maio de 2020.
Neste contexto, Fortaleza precisa se preparar para o futuro. Estive, ainda quando na qualidade de presidente da Comissão de Cultura da Câmara Municipal, reunido com representantes da categoria. A reivindicação é que a capital cearense contrate, emergencialmente, 58 bibliotecários para atender, num primeiro momento, as 290 escolas patrimoniais da rede municipal. É preciso levantar a situação dos equipamentos, além de verificar as possibilidades de construção do sistema de gerenciamento eletrônico e incentivar a inclusão digital.
Tal necessidade, se devidamente suprida, seria fundamental para qualificar o ambiente escolar e colocar os discentes num outro patamar em termos de aprendizado e consolidação da cidadania.

Acrísio Sena é vereador em Fortaleza, Secretário de Acolhimento dos Movimentos Sociais e meu amigo.

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