Brasileiro do terceiro milênio (Opinião)

CRISE DE SER UM NOVO BRASILEIRO
A palavra que mais escutamos no Brasil de hoje é crise. Será que é
somente crise econômica mundial? Crise política no seio da administração
central? Crise moral ou crise na família e na sociedade em que vivemos?
As mídias adoram falar da crise, aumentar a crise, enquanto o
governo brasileiro tenta disfarçar a crise, com uma crise de criatividade
e responsabilidade com o que apresenta em seus números e em seus
programas políticos gratuitos.
A crise é do pobre, do rico, do perdido, do santo, do endiabrado, da
criança, do idoso, do homem e da mulher e de quem mais vier. De quem
é a grande culpa?
Hoje acordei com uma crise de pensar, com sintomas de reflexão e com
uma febre que aquece meu nacionalismo. Esta crise é minha, não foi
jornal que avisou, não foi inconsciente coletivo que contagiou, nem foi
vontade de perseguição política, muito menos lavagem a jato ou jato
levando dinheiro lavado. Simplesmente esqueci a crise e entrei em crise
de brasileiro do terceiro milênio, aquele que pega uma crise e faz uma
limonada para refrescar a mente e partir para as transformações.
Ei você, brasileiro que me lê agora, quer sentir os efeitos da minha
crise? Então escolha o lado em que pretende ficar: O lado dos
brasileiros que são acostumados às crises e não entram em crise ou
lado daqueles brasileiros que mergulham fundo nas crises para emergir
sentindo a força das ações transformadoras?
Será que o Procurador Geral da República, o delegado da polícia
federal que investiga o maior escândalo de corrupção no Brasil e o Juiz
que vem se mostrando corajoso e criterioso em seus julgamentos estão com
a mesma sintomatologia da crise que me atingiu? Apesar de alguns estarem
dizendo que no Brasil, quando aparecem delegados, Juízes ou procuradores
que trabalham com a Letra da Lei para todos, sem distinção de raça,
credo, crédito ou poder, eles estão em crise de vaidade, querendo
aparecer para a plateia, mesmo assim, eu estou ficando esperançoso de
que os brasileiros do terceiro milênio estão começando a surgir das
entranhas das crises políticas e morais que assolam o nosso País, desde
que aqui desembarcaram os nossos colonizadores. Os novos brasileiros
estão vindo.
Quer saber quais os sintomas dessa crise de ser novo brasileiro?
Comece com uma autoanalise; Quem reclama da corrupção e toma atitudes de
corrupto está com crise de identidade. Quem não gosta do jeitinho
brasileiro de levar vantagem em tudo e sempre procura um jeito de ganhar
algo passando por cima da ética, está com crise de moralidade. Tudo isso
torna o velho brasileiro um ser apático diante das crises que chegam
anunciadas pela violência, desonestidade, selvageria capitalista,
fundamentalismos religiosos, novelas das oito e com aquele assobio de um
pássaro moderno chamado de whatsapp, que nem sei se é assim que se
escreve, pois continuo preferindo o canto dos pássaros que voam livres
pelos ares às modernidades que andam cortando as asas da imaginação.
Ver uma pessoa ser decapitada diante das câmeras, um ministro sendo
preso, um político famoso se associando com empreiteiras, para construção
das infraestruturas da roubalheira do patrimônio público e tantas outras
mazelas atreladas à palavra crise, está tão comum que apenas fazem
cócegas na indignação, que logo passa e se transforma em indiferença de
velhos brasileiros, que vão se acomodando com a cultura de que tudo
acaba em pizza nas CPI's, nos tribunais, nas notícias sensacionalistas e
em tudo que esperava por justiça.
Agradeço aos congressistas, aos presidentes da República do Brasil,
aos aliados de ocasião, aos jornalistas, aos juristas, aos dirigentes de
doutrinas religiosas, aos empreiteiros, aos antepassados e saqueadores
do meu País, pois todos me fortaleceram com as crises que me deram de
presente, com a canalhice espalhada por todos os setores da sociedade
brasileira e hoje, posso acordar com uma nova crise: A crise do
brasileiro do terceiro milênio. Aquele que age, aquele que separa o joio
do trigo, aquele que não fica hipnotizado com personagens de novelas,
aquele cujas ideias correspomdem aos fatos e principalmente aquele que
enjoou de pizzas produzidas nas fornalhas dos bastidores do executivo,
legislativo e do judiciário.
Você agora precisa reconhecer a crise que lhe atingiu após a leitura
deste texto. Os sintomas são de crise de velho brasileiro ou crise de
brasileiro do terceiro milênio? Se você identificar os efeitos da minha
escrita na sua consciência, é sinal que também pode ser um doutrinador
de novos brasileiros. Mas seja honesto consigo e comigo. Não entre na
minha crise, se não tiver a ombridade de assumir de verdade, de qual
lado você está: Do lado vantajoso ou do lado corajoso? Precisaremos mais
da coragem do que das benesses pessoais, é tudo uma questão de manter a
mente reta, a consciência ereta e o coração puro.
Antes de finalizar, peço aos mestres da ortografia que não entrem em
crise por causa dos meus erros gramaticais. O que está valendo mais no
momento são os acertos para um novo Brasil.

Paulo Roberto Cândido
Escritor da Academia Metropolitana de Letras de Fortaleza-AMLEF

Presidente e fundador da Academia de Letras e Artes da Sociedade de
Assistência aos Cegos-ALASAC




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