A
notícia é muito ruim
Icó,
berço de uma cultura histórica do Ceará está correndo o sério risco de perder
um campus avançado da Universidade Federal do Cariri, conquista suada,
disputada, sonhada pelo povo do município. Foi uma luta longa e pesada porque
brigada com municípios até mais fortes em dimensão e poder econômico, mas não
com a história de suas ruas, becos, casarões e tradição. Por que? Porque a
Prefeitura do Icó não faz sua parte, isto é, oferecer à Universidade a
contrapartida de um terreno de 20 hectares para as instalações físicas, obras
orçadas hoje em torno de R$20 milhões de reais e escolas superiores que
formarão engenheiros, técnicos, especialistas nas mais diversas profissões,
coisa hoje sofrida por pais que querem dar educação superior aos filhos e o
fazem com extrema dificuldade.
Quando
Icó começou a disputar o campus da Universidade Federal do Cariri, fê-lo com
Brejo Santo e Russas. Os dois municípios mais que rapidamente providenciaram
suas partes, sendo que em Russas, a Prefeitura gastou algo como R$1 milhão de
reais em desapropriações de terrenos que, juntos, formaram o que hoje existe,
dando cursos para cerca de 300 estudantes de diversos cursos superiores, já
praticamente no fim do primeiro semestre de escolas como tecnologia de
alimentos, engenharia civil e outros.
Gente
do Brasil inteiro, jovens estudantes, hoje moram em Russas e, ao lado dos
habitantes do município podem sonhar com um futuro garantido de trabalho, eis
que preparados para o mercado, cada vez mais exigente. Russas pode até ser
invejada pela população de Icó, revoltada com o desenrolar dos acontecimentos
que alguns teimam em transformar em briga política, com invencionices para
abortarem a desídia da administração pública.
Quem
for hoje a Icó, vai ver uma juventude revoltada, frustrada nos seus sonhos de
formação intelectual e técnico profissional. A sociedade se alevanta para enfrentar
o problema que o poder público não resolve. Daí que os fatos por si só definem
o ambiente de revolta. Como se sabe o DNOCS é como uma raiz de fícus benjamim
no município. Todos os seus terrenos são 100% ocupados. Recentemente se soube
que uma única área desocupada no perímetro Irrigado Icó-Lima Campos é indisponível.
É que por ser a cidade e seu entorno praticamente são chão do DNOCS, com seus
colonos e terras, até algumas como que abandonadas, se procurou num passado
recente, ao tempo da administração anterior, negociar nesgas de terras com
colonos para formação dos tais 20 hectares necessários. Foi impossível, porque
a picuinha política interferiu. O que sobrou estava sob linhas de transmissão
de energia elétrica e hoje é uma área de preservação. Bulir aí é cutucar onça
com vara curta e ver que tudo se esvairá com o tempo. Então, motivos quais a
Prefeitura de Icó não providenciar outro lugar, não compra ou desapropria 20
hectares nas proximidades da sede do município para instalar a Universidade? Há
dezenas de soluções possíveis, restando um tal de bom senso para que a coisa
ande. O povo está cobrando. Passando ontem por Icó, ouvi estudante numa rádio
criticando a Prefeitura por não tomar essa decisão. E senti um povo
decepcionado, querendo se reunir – o que poderão fazê-lo em audiência pública
na Câmara Municipal e assim cobrar responsabilidades.
Ou
a universo político de responsabilidade entra no processo buscando em Brasília
caminhos novos para a Universidade Federal do Cariri em Icó, ou as vacas magras
dos campos vazios de irrigação, secarão ainda mais, desta feita de educação e
cultura, de formação superior e preparação de seus filhos para uma vida melhor.
Icó conta, a seu favor, com o Professor Jesualdo Farias, hoje Secretário de
Ensino Superior do Ministério da Educação, que conhece a luta e dela participou
quando reitor da UFC.
Icó
precisa mais que fuxicos. Icó precisa crescer. E a via é a Universidade.
Deputada Lais Nunes, deputado Domingos Neto,salvem o Icó. Tirem as antas do
caminho.
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