Receita de serviços sobe 6,1% em março sem descontar a inflação

O segmento de serviços teve alta de 6,1% na receita em março comparado com igual mês do ano anterior. O valor, informado pelo IBGE nesta quarta-feira (20), não desconta, no entanto, a inflação –por isso não necessariamente representa crescimento.
A alta, que representa avanço nominal (sem descontar a inflação) frente a janeiro (1,8%) e fevereiro (0,9%), ocorre mesmo com a desaceleração na contratação de prestadores de serviços pelas famílias devido à queda na renda.
Ela foi puxada pelas atividades profissionais e administrativas, além dos transportes.
CONTRATAÇÃO DE SERVIÇOS PELAS FAMÍLIAS
A contratação de serviços pelas famílias proporcionou renda apenas 2,5% maior ao setor do que em março de 2014, depois de altas de 8,9% e 6,8% em janeiro e fevereiro na comparação com os meses anteriores.
É o pior resultado para um mês desde que a pesquisa começou a ser feita, em 2012, informou o IBGE. Em março do ano passado, o indicador havia crescido 10%.
"O rendimento médio real habitual, comparando março de 2015 com o de 2014, caiu 3%. Isso afetou as famílias, que vivem retração do consumo. O fato de o carnaval de 2014 ter sido em março também contribuiu para o fraco resultado. E não podemos falar ainda de recuperação", diz Roberto Saldanha, gerente da Pesquisa Mensal de Serviços.
TRANSPORTES E SERVIÇOS ADMINISTRATIVOS
As atividades de transportes tiveram receita 8,7% maior, depois de variações de 2,1% em janeiro e contração de 0,8% em fevereiro, devido, naqueles meses, à entressafra e ao excesso de oferta de transportes.
"Hoje o quadro é de desaquecimento na indústria, no comércio. Os governos estão em processo de contenção orçamentária e revendo seus gastos, mas o agronegócio está em aquecimento. Nos meses anteriores, houve problema de entressafra, mas agora aumentaram as exportações que, com alta do dólar, estão avançando", diz Saldanha.
Os serviços profissionais e administrativos viram alta de 8,8%.
O resultado da Pesquisa Mensal de Serviços em março repete o patamar de setembro de 2014, quando, na comparação com o mesmo mês do ano anterior, houve alta nominal de 6,4%.
Tá da folha

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