Opinião


Dê alegria à mamãe. Fique em casa.
Escolha suas companhias. Neste Dia das Mães, antes de sair de casa, lembre-se de que 15 mil presos foram legalmente libertados, só no Estado de São Paulo, para participar das comemorações. Como estavam há tempos na prisão, não têm dinheiro para passear ou comprar presentes, nem conhecem os locais onde a turma se reúne (ainda bem!) Alguns não têm sequer a mãe cujo dia festejam. Sem dinheiro, sem ter para onde ir, muitos sem local para dormir, sem agentes especializados que lhes deem assistência, que é que se espera? Que se ressocializem sozinhos? Ou que façam o que normalmente acontece, cometer novos crimes?

Boa parte do pessoal indultado para o bom propósito de homenagear as mães não chega a ter a intenção de voltar: em média, 5% dos indultados para datas especiais não retornam para cumprir o restante da pena. A Polícia corre riscos para capturá-los, faz inquérito, a Justiça os processa e condena, o contribuinte paga sua estada na prisão, e, porque há uma data bonita, o cidadão ganha férias da cadeia. Dúvida pertinente: se o cavalheiro pode ser libertado em datas específicas, sem acompanhamento adequado, por que fica preso o resto do tempo? Se é preciso que fique preso, por questão de segurança e recuperação, por que as férias?

Convença a mamãe a ficar em casa, que as ruas estão mais perigosas nesses dias. Ficando em casa, economiza-se a conta do restaurante (e do estacionamento caríssimo), e até dá para experimentar alguma receita especial, caprichada. Não é ótimo fazer com que as panelas, às vezes, retornem à sua função precípua? Carlos Brickman.
  

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