Opinião

Cenário econômico
Concentrando-nos, numa resumida análise técnica, apenas de alguns indicadores econômicos brasileiros, podemos concluir que a situação é bastante complexa. Pesquisamos informações junto a relatórios de instituições públicas e privadas nacionais, do mercado, de organismos internacionais e, mais recentemente, na ata da 190ª reunião do Copom (órgão do Banco Central), realizada nos dias 28 e 29/04/2015. É claro que o quadro se torna mais preocupante ao se considerar fatores políticos, sociais, jurídicos, etc. Com base no que observamos, salvo melhor juízo, apesar de estarmos no início do 2º quadrimestre de 2015, acreditamos ser difícil encontrar soluções de curto e médio prazo. Nossas previsões não são boas, no entanto não devemos desanimar. Ao final do corrente ano, dentre alguns indicadores, a inflação persistente deverá ficar entre 8,0% a 8,2%, muito superior à meta de 4,5%; o PIB, por sua vez, cairá cerca de 1,2%; a taxa de desemprego ficará próxima de 8,0%; o câmbio (R$/US$), ao longo do ano, ficará em torno de 3,0 a 3,6, não implicando em aumento de competitividade das exportações; o déficit da balança comercial atingirá US$ 3,6 bilhões e o déficit em transações correntes poderá superar US$ 100,0 bilhões, o que equivalerá de 4,0% a 4,5% do Produto Interno Bruto (PIB); a taxa básica de juros (Selic) passará de 13,25% (abril) para algo próximo de 14,00% (dezembro). Dentro deste prisma de referência, torna-se fundamental definir uma agenda estratégica para o Brasil, envolvendo não apenas ajustes circunstanciais, mas reformas estruturais, compatíveis com os anseios democráticos e de justiça da população.
Gonzaga Mota
Professor, escritor, ex-Governador do Ceará e meu amigo.

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