CPI da Petrobras: ofensiva contra Janot ganha força
O
presidente da CPI da Petrobras, Hugo Motta (PMDB-PB), afirmou nessa
quinta-feira (7) que “ninguém está acima da lei” e que, caso haja
vontade dos integrantes da comissão, vai pautar o requerimento de
convocação do procurador-geral da República, Rodrigo Janot. A convocação
de Janot é uma ofensiva articulada pelo presidente da Câmara, Eduardo
Cunha (PMDB-RJ), com o deputado Paulinho da Força (SDD-SP), autor do
requerimento, e com Motta, por causa da investigação contra Cunha no STF
(Supremo Tribunal Federal) por suspeita de se beneficiar do esquema de
corrupção na Petrobras. “Eu acho que nós vivemos em uma República e
ninguém está acima da lei. O senhor Janot representa uma instituição, a
comissão entendendo que ele deva vir aqui, eu não vejo nenhum problema.
Não estou aqui fazendo apologia para que o procurador-geral seja
convocado, eu apenas entendo que todos aqueles que podem contribuir com
as investigações devem aqui prestar seus esclarecimentos. Se isso vai
acontecer ou não, quem vai dizer é a CPI”, declarou.“A partir do momento em que eu digo que um cidadão não deve vir à CPI eu estou protegendo o cidadão. Não cabe a mim proteger ninguém, eu tenho que agir aqui como um magistrado”, completou Motta.
Paulinho, em seu requerimento, justifica querer que Janot explique vazamentos de informações do Ministério Público. Motta afirma que colocar o requerimento em pauta dependerá da vontade dos integrantes da CPI e que isso será discutido na próxima semana.
“Sendo priorizado o requerimento de deputado, de senador, de político, do procurador-geral da República, de ex-presidente da República, os requerimentos serão pautados e se a maioria entender que eles deverão ser chamados, nós devemos marcar as oitivas para que eles sejam ouvidos”, afirmou Hugo Motta.
Polêmica
O requerimento causou polêmica na sessão de ontem da CPI. Parlamentares de Psol, PPS e PT protestaram contra a iniciativa. A deputada Eliziane Gama (PPS-MA) diz que irá ao STF (Supremo Tribunal Federal) para barrar a convocação de Janot caso ela seja aprovada.
Nesta semana, por ordem de Janot, a PGR fez uma diligência na Câmara para obter registros de informática que ligam Cunha a requerimentos suspeitos de vínculo com o esquema de corrupção da Petrobras.
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