Representantes
de Museus Indígenas do Brasil estarão reunidos nos próximos dias 16 e
17 de maio, em Aratuba-CE, localizada a 120km de Fortaleza, para
participar do I Fórum dos Museus Indígenas do Brasil e do I Fórum dos
Museus Indígenas do Ceará. O encontro, que acontece na Semana Nacional
dos Museus, será realizado no Museu Indígena Kanindé, na Aldeia Sítio
Fernandes (Zona Rural, s/n, Aratuba-CE). O evento é uma realização do
Museu Kanindé, da Associação Indígena dos Kanindé de Aratuba, da Escola
Indígena Manoel Francisco dos Santos e da Associação para
Desenvolvimento Local Co-Produzido (ADELCO), através do projeto
Etnodesenvolvimento Ceará Indígena, que conta com o patrocínio da
Petrobras.
Participam, representantes dos museus indígenas de
Pernambuco, Bahia, Amapá, São Paulo, Rio de Janeiro, Amazonas e de nove
etnias do Ceará, estado brasileiro que mais possui museus indígenas. O
objetivo é realizar uma troca de experiências entre os museus indígenas
do Brasil, a partir do debate da temática da museologia no contexto
contemporâneo. Para isso, contará com a palestra da professora doutora
Marília Xavier Cury, coordenadora do Programa de Pós-Graduação
Interunidades em Museologia da USP e vice-coordenadora do Programa de
Pós-Graduação em Arqueologia do MAE-USP.
O evento contará ainda
com uma série de especialistas na questão e gestores públicos de
Educação e Cultura, de instituições como o Instituto Brasileiro de
Museus (IBRAM), a Universidade Federal do Ceará (UFC), a Universidade
Federal de Pernambuco (UFPE), da Universidade da Integração
Luso-Afro-Brasileira (UNILAB), entre outras. Um dos resultados será a
elaboração de um documento final dos representantes dos processos
museológicos indígenas presentes ao Fórum, apresentando suas demandas e
desafios para a organização em rede nacional.
Na ocasião, será
realizado também o III Encontro de Formação dos Gestores dos Museus
Indígenas do Ceará, que discutirá o projeto pedagógico e educativo para
os museus do estado, em minicurso ministrado pelos pesquisadores João
Paulo Vieira Neto e Alexandre Oliveira Gomes, do Projeto Historiando.
Suzenalson
Kanindé, da Rede de Memória e Museus Indígenas e Rede Cearense de
Museus Comunitários, explica que nos últimos anos, algumas ações foram
realizadas para superar o isolamento entre as iniciativas museológicas
indígenas. “Isso possibilitou que lideranças de movimentos indígenas e
representantes de museus indígenas se conhecessem e passassem a
interagir e se organizar em uma rede de museus de caráter nacional”,
afirma Suzenalson.
Para Patrick Oliveira, coordenador geral da
ADELCO, o encontro fortalece a auto-organização e proporciona o
reconhecimento da cultura e identidade dos povos indígenas. “Os museus
demonstram ter um grande poder para reafirmar a identidade de uma etnia,
valor importante na luta desses povos pela demarcação das terras e da
garantia dos seus direitos”, avalia Patrick.
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