Bom dia

EUA autorizam serviço de balsas para Cuba pela 1ª vez em cinco décadas

Quatro companhias que operam serviços de balsas anunciaram nesta terça-feira (5) ter sido autorizadas pelo governo norte-americano a fazer o transporte de passageiros entre os EUA e Cuba.
São as primeiras licenças para transportar passageiros por balsa entre os dois países em mais de cinco décadas.
A medida faz parte do reatamento de relações entre cubanos e americanos, que foi anunciado pelos líderes dos dois países, o presidente Barack Obama e o ditador Raúl Castro, em dezembro de 2014, após 53 anos de rompimento.
As empresas que obtiveram autorização para operar o serviço são todas da Flórida, Estado dos EUA cujo ponto mais ao sul fica a cerca de 150 km da ilha caribenha: Baja Ferries (Miami), Havana Ferry Partners (Fort Lauderdale), Airline Brokers (sede nas duas cidades anteriores) e United Caribbean Lines (Orlando).
Outra companhia, a CubaKat, de Jacksonville, espera receber autorização para atuar nessa rota no próximo mês, disse seu presidente, Brian Hall, ao jornal "Sun Sentinel" –a empresa solicitou licença depois das outras.
TRÂMITES
Hagar Chemali, porta-voz do Departamento do Tesouro americano, explicou à agência de notícias AFP que o governo emitiu licenças específicas para o serviço de transporte de passageiros.
O porta-voz acrescentou que companhias interessadas em explorar a rota terão de pedir autorização também a outros órgãos do governo dos EUA, como Departamento de Segurança Interna e Guarda Costeira, e ao governo cubano –que não se manifestou sobre a decisão desta terça.
Com isso, a volta das balsas entre EUA e Cuba ainda deve demorar alguns meses.
Além disso, elas poderão transportar só moradores dos EUA incluídos em 12 categorias que, conforme as regras do governo, não precisam obter licença para a viagem com antecedência –por exemplo, pessoas em visita a familiares em Cuba ou membros de grupos religiosos e educacionais.
Fora dessas categorias, viagens turísticas de americanos a Cuba são vetadas pelos termos do embargo, que continua em vigor e só pode ser derrubado pelo Congresso.
Joseph Hinson, presidente da United Americas Shipping Services, chamou a medida de "grande passo adiante" e afirmou que sua companhia espera começar a operar balsas nessa rota até outubro.
Para o advogado da Baja Ferries, Robert Muse, uma vez implantado, o serviço vai promover um aumento significativo do comércio e das viagens entre um país e outro.
As viagens de balsa são, em média, mais baratas que os voos fretados que já operam entre os EUA e Cuba, além de permitirem o transporte de mais bagagem.
Embora os preços não tenham sido definidos, a Havana Ferry disse ao "Sun Sentinel" que cogita cobrar de US$ 300 a US$ 350 pela viagem (o voo fretado para a ilha não sai por menos de US$ 400).

Nenhum comentário:

Postar um comentário