A Crise de Carlile é um convite pra trabalhar em Brasilia


Camilo silencia e deputados cobram definição de Carlile
Muito já se falou sobre a possível saída do secretário da Saúde do Estado do Ceará, Carlile Lavor. O governador Camilo Santana (PT), por sua vez, afirmou estar “resolvendo a questão”, dando sinais de que tenta solucionar internamente o problema, antes de publicitar a crise. Enquanto isso, deputados cobram uma resposta do governo.
“Estamos resolvendo essa questão. Temos tempo para discutir cada problema”, disse Camilo aos jornalistas, após deixar a reunião de monitoramento realizada pela Secretaria da Segurança Pública e Defesa Social (SSPDS).
Questionado sobre a reunião com Carlile, o petista desconversou. O encontro ocorreu na noite da última terça-feira, após evento com o ministro da Saúde, Arthur Chioro.
Nos bastidores, a informação é de que o Governo tenta colocar panos quentes na crise. Além disso, o secretário estaria avaliando um convite de ocupar um cargo no Ministério da Saúde.
Camilo foi perguntado ainda sobre as dificuldades na área da saúde com as centenas de casos de sarampo e a crescente fila nos corredores dos hospitais. Ele respondeu que, antes de assumir, levantou o debate sobre a necessidade de rediscutir o financiamento da saúde pública no Brasil, inclusive com o apoio de outros chefes de Estado.
“Nenhum estado brasileiro investiu mais em saúde do que o Ceará. Basta pegar os números no Portal da Transparência. Em 2006, foram investidos aproximadamente R$ 280 milhões. Em 2014, gastamos R$ 1,4 bilhão do Tesouro Estadual com a construção de mais hospitais no interior. Mas, ao mesmo tempo, que o Ceará abriu 1.400 leitos públicos do Estado, outros hospitais do SUS (Sistema Único de Saúde) fecharam a mesma quantidade. O que tenho levantado nesse debate é a necessidade urgente do País repensar a saúde”, disse, acrescentando que esta articulando com o prefeito Roberto Cláudio a realização de um seminário para discutir o futuro da saúde no Brasil e a questão do Ceará.

Na Assembleia
Na Assembleia, a indefinição sobre a permanência do secretario da Saúde gerou debate. O deputado Carlomano Marques (PMDB) levou o assunto para a tribuna e avaliaou a possibilidade de Carlile Lavor deixar o cargo. O deputado elogiou o gestor e pediu a permanência dele, “por sua honestidade e competência”.
O peemedebista também destacou relatório recente, apresentado pelo senador Eunício Oliveira (PMDB), no qual consta que os repasses do Ministério da Saúde para a Prefeitura de Fortaleza e o Governo do Estado estão regulares. “Cai por terra a tese de que a saúde está doente porque o Governo Federal não faz os repasses”, avaliou Carlomano Marques.
Em aparte, o deputado João Jaime (DEM) ressaltou a capacidade do secretário Carlile Lavor, como a criação dos agentes de saúde. “A possibilidade da saída de Lavor deixa uma intranquilidade para todos nós. A saúde faliu. Não há sequer uma linha para sutura ou luva nos hospitais de referência, e o secretário não pode ser responsabilizado por isso”, defendeu.
O deputado Danniel Oliveira (PMDB) disse que a situação do secretário é insustentável, porque não há recursos para a saúde. Ele citou problemas no Hospital Regional do Cariri, como a fila para fazer exames e cirurgias. “Tem mulher que está aguardando há um ano para fazer uma biópsia de câncer. Quando chegar o resultado, não adianta mais”, comentou.
Já o deputado Welington Landim (Pros) defendeu que se avalie a gestão da saúde no Ceará, para saber se ela é feita de maneira eficiente. “Todo o dinheiro é carimbado. Não há sobra de recursos para investimentos extras”, ressaltou.

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