Dilma,
a suprema, decidiu ceder: para atender ao presidente da Câmara, Eduardo
Cunha, a quem detesta, nomeou para o Ministério do Turismo o
ex-deputado Henrique Alves, de quem não gosta. E, para não parecer que
se rendeu incondicionalmenta, aplicou um bom corte nas verbas já
escassas do Turismo.
E que é que aconteceu?
1 - para nomear Henrique Alves, teve de afastar o ministro
Vinícius Lages, indicado pelo presidente do Senado, Renan Calheiros - um
político pelo menos tão poderoso quanto Eduardo Cunha. Renan manifestou
seu desagrado da maneira mais clara possível: rejeitou todas as
propostas de Dilma para dar novo cargo a Lages e preferiu nomeá-lo para a
chefia de seu Gabinete. Para um peemedebista, recusar bons cargos é a
maior demonstração de que o relacionamento vai mal.
2 - Eduardo Cunha já estava irritado com a demora na nomeação de
Alves. Ficou mais irritado ainda com o corte das verbas. Mas tem um
motivo de satisfação: provou para seu partido e para o país que manda
mais que a presidente. Não perderá oportunidade de exercitar seu poder à
vontade, goste ela ou não. E já começou: nos próximos dias, entra na
pauta a redução do número de Ministérios.
3 - Renan Calheiros é frio, experiente. Não reage: só se vinga.
Talvez Luiz Edson Fachin, escolhido por Dilma para o Supremo, tenha
problemas para que o Senado o aprove. E Renan apoiará Cunha na redução
do número de Ministérios.
Como se diz em futebol, ao mau jogador até a bola atrapalha.
Didi... (continua o Brickmann)
Aliás, o acordo entre Cunha e Dilma que levou Henrique Alves ao
Ministério trouxe outro item desagradável: um corte no reajuste dos
aposentados. No projeto que manteve o reajuste do mínimo, estavam
incluídos os aposentados.
A fortuna que ganhariam - 7%, aproximadamente - foi considerada
excessiva pela presidente. E os aposentados foram retirados do projeto.
Vão ficar com 5,5%, e não é para sair gastando feito doidos. Nenhum
jornal aproveitou a oportunidade para publicar o grande título: "Novo
ministro custa o reajuste dos aposentados".
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