A
economia cearense em 2014, medida pelo Produto Interno Bruto (PIB) –
soma de todos os bens e serviços produzidos no Estado –, cresceu 4,36%
em relação a 2013. O resultado foi superior, novamente, à média do País,
que, no período, que ficou em 0,1%. Já considerando o quarto trimestre
de 2014, o PIB do Ceará fechou com crescimento de 2,70%, sobre igual
período do ano passado - também acima da média do País (-0,2%), em igual
período –, segundo informações do Instituto de Pesquisa e Estratégia
Econômica do Ceará (Ipece), divulgadas, ontem.
A
estimativa do Ipece para o resultado do indicador da economia cearense
ficava entre 3,5% a 4,5% em 2014. Apesar da seca, o setor agropecuário,
dentre os três segmentos que compõem o PIB, foi o que apresentou melhor
desempenho, em 2014, com um crescimento de 65,07%, Em segundo lugar,
veio o setor de serviços, com evolução de 3,59%. Já o setor industrial
cearense apresentou queda de 1,87%.
Balanço
No
último trimestre, o setor agropecuário apresentou o melhor desempenho
no quarto com crescimento de 37,22%, em relação a igual período do ano
passado. No País, os números desse setor fecharam o quarto trimestre com
1,2% e, no acumulado do ano, com 0,4%. Já o setor de serviços teve
crescimento de 2,8% - comparando os quartos trimestres de 2014 e 2013 –,
porém menor dos que os 4,51% registrados no terceiro semestre do ano
passado. No ano, o índice ficou em 3,59%.
Ainda
no setor de serviços, o melhor desempenho ficou com transportes – que
registrou crescimento de 12,5% no quarto trimestre, fechando o ano com
alta de 7,98%. Na sequência, o item alojamento e alimentação fechou o
ano com 6,9%, acompanhado de intermediação financeira, com 6,25%. O
subitem outros serviços registrou elevação de 4,77% e comércio atingiu
3,83%.
Por
outro lado, o único setor que fechou no vermelho foi a indústria, com
-1,87%, fruto da sequência de três quedas observadas entre e segundo e o
quarto trimestres - -4,2%, -0,73% e -1,89%, respectivamente. Entre as
atividades do setor, a maior queda foi verificada na indústria da
transformação (-5,21%), no quarto trimestre de 2014, enquanto que a
extrativa mineral (6,43%) e eletricidade, gás e água (2,29%) fecharam o
período em alta. Já a construção civil fechou o quarto trimestres de
2014, com 0,60%. No ano, as indústrias extrativa mineral, transformação e
construção civil tiveram perdas de -11,78%, -3,25% e -2,65%,
respectivamente.
Investimentos
O
diretor geral do Ipece, professor Flávio Ataliba, destacou que o bom
desempenho do Ceará está, de certa forma, relacionado ao volume de
investimentos realizado nos últimos anos. Segundo ele, o principal setor
para a economia do Ceará é o de serviços, pois representa 73,8% do PIB
do Estado. “Nessa dinâmica recente da economia cearense, o setor de
turismo se destacou, não só diretamente, mas através do setor de
serviços, com as contas de alimentação, alojamento e transporte”. Ele
cita ainda o comercio com um destaque importante, com 16% de
participação no PIB. Para ele, todos os equipamentos que podem
fortalecer esses segmentos são fundamentais, como o Centro de Eventos e
Acquário. “Tem um importante impacto na atividade econômica do Estado”,
destacou.
De
acordo com o diretor do Ipece, o Ceará se consagra como o quarto maior
volume de investimentos do País, com R$ 16,8 bilhões, ficando atrás
somente de São Paulo, Minas Gerais e Rio de Janeiro. “Isso mostra que os
investimentos públicos são muito importantes para dar a dinâmica da
economia cearense, que ainda precisa muito da presença do Estado”.
Ataliba
lembra que o ICMS foi a principal fonte de financiamento dos
investimentos. “Grande parte dos investimentos não foram recursos de
terceiros, ou seja, através de endividamento, e sim, de recursos
próprios. O Ceará tem uma capacidade de endividamento muito grande”,
disse. Ele acrescentou que, mesmo havendo dificuldade de investir com
recursos próprios para crescer, o Ceará tem uma capacidade de levantar
recursos e créditos internacionais “muito grande”.
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