Varanda desaba e deixa um morto no Meireles

Acidente em um edifício residencial no Meireles deixou um operário morto e dois feridos na tarde de ontem. Segundo coronel Carlos Viana, do Corpo de Bombeiros, três homens estavam trabalhando no escoramento da varanda do apartamento do primeiro andar, quando a laje cedeu e desabou em cima dos operários. Dois correram para um lado, e o terceiro seguiu na direção contrária, mas foi atingido por um bloco de concreto e morreu no local. Ele não foi identificado.
Os irmãos Raimundo José do Nascimento, 52, e Juvandir José do Nascimento, 44, foram socorridos com vida, mas em estado grave. Um deles precisou ser reanimado ainda na ambulância. Eles foram encaminhados para o Instituto Doutor José Frota (IJF). Conforme o hospital, até o fechamento dessa edição, os pacientes estavam realizando exames. Juvandir apresentava quadro clínico mais grave e seguia entubado.
O prédio, localizado no cruzamento da Rua Ana Bilhar com Joaquim Nabuco, foi evacuado pelo Corpo de Bombeiros. Hoje, o condomínio será submetido a uma avaliação técnica da Defesa Civil e, somente após o laudo, os moradores serão autorizados a voltar para os apartamentos que forem liberados.

Motivo
Presidente do Conselho Regional de Engenharia e Agronomia do Ceará (Crea/CE), Victor Frota, esteve no edifício e constatou que o acidente foi causado por falta de manutenção preventiva. “Faltou manutenção por parte do condomínio. As jardineiras estavam com infiltração. O engenheiro calculista foi chamado, antes do acidente, para verificar, e ele recomendou que fossem verificadas as demais jardineiras imediatamente. Mas, a exemplo do que acontece em muitos outros prédios, faltou a manutenção preventiva”, atestou Frota.
A análise preliminar do presidente do Crea-CE foi reforçado pela avaliação da Defesa Civil. O coordenador de proteção especial da Defesa Civil, Cristiano Ferrer, reiterou a falta de manutenção do prédio e, ainda, apontou a tentativa de fazer uma intervenção no apartamento sem acompanhamento técnico. “No nosso entendimento, uma obra de escoramento foi iniciado no apartamento, mas não há ART (Anotação de Responsabilidade Técnica) de execução, que é um documento elaborado por engenheiro e que detalha a intervenção. O condomínio apresentou uma ART de estudo, mas que foi registrada ainda nesta tarde (ontem) e que não é a mesma coisa de uma ART de obra. O síndico, inclusive, não sabe nem dizer quem são os operários que se acidentaram”, comentou Ferrer.

Justificativa
Segundo o advogado do condomínio, Vitor Holanda, a obra de escoramento da varanda não havia começado. Holanda afirmou que o proprietário do apartamento, que é o síndico do edifício, detectou as rachaduras no último sábado (28). Ele teria, então, chamado o engenheiro calculista Luciano Ribeiro Pamplona Filho para analisar o local. O profissional elaborou o relatório de cálculo e recomendou o escoramento. “Os operários não estavam aqui realizando a obra. Eles vieram deixar os equipamentos e, no momento em que estavam encostando o material, a laje desabou”, relatou o advogado, mostrando o documento elaborado pelo engenheiro.

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