Em visita ao Cariri a convite da Secult, ministro Juca Ferreira prometeu mudanças no financiamento federal para a cultura



Um dia de muitos encontros, emoções, diálogos e parcerias, em compromisso coletivo em prol de mais e melhores políticas para a cultura. Assim foi a visita do ministro Juca Ferreira ao Cariri, realizada ao longo desta segunda-feira, 9/3, a convite do Governo do Estado do Ceará, por meio da Secretaria da Cultura (Secult), dando continuidade ao programa “Diálogos Culturais”, da Secult, e marcando o início da “Caravana MinC”, que percorrerá todo o País. O ministro prometeu mudanças na forma de financiamento federal para a cultura, para maior descentralização dos recursos, a serem distribuídos de forma mais justa entre todos os estados.

A necessidade de distribuição mais democrática dos recursos federais para a cultura, superando a concentração no eixo Rio-São Paulo, foi destacada pelo ministro Juca Ferreira. Ele apontou como agravante o fato de 80% dos recursos federais para a cultura serem provenientes de renúncia fiscal. "Os setores de marketing das empresas escolhem apoiar quem dá retorno de imagem. Isso gera uma distorção, uma concentração excessiva", afirmou, defendendo mudanças e ressaltando que o Ceará acessa apenas 2% dos recursos federais destinados à Cultura via Lei Rouanet.

"Nós vamos mobilizar o país inteiro pra mudar. Pra ter um fundo público, em que os projetos serão escolhidos por critérios públicos. Está evidente que precisamos fazer essa reforma, para uma lei justa com a riqueza e a diversidade da cultura do Brasil".

Dia de arte e cultura no Cariri

O ministro Juca Ferreira e o secretário da Cultura do Ceará, Guilherme Sampaio, chegaram pouco depois das 10h a Nova Olinda, desembarcando de helicóptero do Governo do Estado, para visitar o Centro de Informações Turísticas, a Fundação Casa Grande e o ateliê-oficina de Mestre Espedito Seleiro, e permaneceram no Cariri até o começo da noite. Juca Ferreira se emocionou ao ser recebido ao som de "Pau-de-arara", clássico de Luiz Gonzaga e Guio de Moraes, interpretado pela Banda de Música Municipal de Nova Olinda.

O prefeito Ronaldo Sampaio recepcionou a comitiva, composta também pela secretaria de Cidadania e Diversidade Cultural do MinC, Ivana Bentes, e pelo secretário de Articulação Institucional do Ministério, Vinicius Wu, pelo secretário adjunto da Secult, Fabiano dos Santos, entre outros integrantes. Entre os presentes entregues pelo prefeito ao ministro, estava uma bolsa de couro confeccionada pelo mestre Espedito Seleiro. "Muito obrigado. Vou usar para trabalhar", disse o ministro. O secretário da Cultura do Estado, Guilherme Sampaio, destacou a contribuição de Nova Olinda para a afirmação da cultura cearense.

Já na visita à Fundação Casa Grande/Memorial do Homem Kariri, o ministro foi guiado pela pequena Yasmin, de apenas 10 anos, que ganhou muitos elogios do gestor, após percorrer os espaços de exposição de peças de arqueologia, revisitando a história e as lendas de herança indígena do Cariri. O ministro assinou o livro de visitantes e conheceu o modo transparente e coletivo de prestação de contas da Fundação, sempre guiado pelas crianças e pelos fundadores da Casa Grande, Allemberg Quindins e Roseane.

A gibiteca e a editora de revistas da Fundação Casa Grande também foram visitadas pelo ministro, que conheceu o acervo de exemplares raros e importados, além de publicações próprias da Fundação. A exposicao de fotografias de Violeta Arraes (ex-secretária de Cultura do Estado, Violeta batiza o teatro da Fundação) e de grandes artistas e comunicadores que já visitaram a Casa Grande também chamou atenção do ministro e do secretário Guilherme Sampaio. Os estúdios de TV e rádio da Fundação Casa Grande e o próprio teatro também foram visitados, com direito a coral de crianças cantando o Hino da Casa Grande, gravado pelo renomado cantor e compositor Morais Moreira.

Ainda em Nova Olinda, o ministro Juca Ferreira e o secretário Guilherme Sampaio conversaram com mestre Espedito Seleiro, que contou histórias como a da "chinela quadrada". Todos ficaram encantados com a riqueza dos traços e cores das diversas peças do ateliê de mestre Espedito e com o museu que conta sua história e destaca seu trabalho, internacionalmente conhecido e valorizado.

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