O
ex-ministro Ciro Gomes (Pros) negou que haja crise no governo Camilo
Santana (PT) e pediu calma a aliados e opositores. “O Camilo é um jovem
talento que está com total disposição de fazer um grande trabalho no
comando do Estado”, disse o ex-parlamentar em entrevista ao jornal O
Estado, acrescentando que o petista está montando uma nova equipe de
trabalho para dar continuidade aos avanços conquistados na gestão
passada. Segundo ele, na verdade, existe uma tentativa de criar uma
instabilidade e gerar um mal-estar na população. Ao lado do irmão Cid
Gomes (Pros), hoje ministro da Educação, Ciro foi um dos cabos
eleitorais do petista.
Na
entrevista, Ciro admitiu poder haver uma descontinuidade após oito anos
de um governo – referindo-se a gestão do irmão Cid Gomes. Entretanto,
ressaltou que, agora, o importante é a população, sobretudo a oposição,
ter um pouco de paciência para esperar que as ações aconteçam. E
classificou Camilo como homem “sério”, “bem intencionado” e de “espírito
público”, e, portanto, saberá fazer a diferença à frente do Palácio da
Abolição.
Na
semana passada, Ciro e Camilo se reuniram no Palácio da Abolição.
Oficialmente, o encontro serviu para tratar das obras da
Transnordestina, já que o ex-ministro atualmente é diretor da Companhia
Siderúrgica Nacional (CSN). Fontes ouvidas pelo OE, porém, relataram
que o assunto terminou em política e Ciro seria um “emissário” para
apaziguar os ânimos dos aliados.
Nos
bastidores, todavia, a conversa é de que Camilo enfrenta uma crise de
insatisfação que ronda a base aliada. Os aliados estariam contrariados
com a demora na indicação dos cargos, principalmente porque muitos não
se sentem contemplados e questionam a falta de autonomia. Fontes
comentam que a renúncia do deputado David Duran, do cargo de Secretário
de Esportes, expôs publicamente a crise.
Seca
Ciro
contou, na entrevista, que a questão da seca poderá complicar, mas o
Governo já tomou as providências, referindo-se ao Plano Estadual de
Convivência com a Seca, que prevê medidas emergenciais, estruturantes e
complementares em cinco eixos de atuação: segurança hídrica, segurança
alimentar, sustentabilidade econômica, conhecimento e inovação.
As
ações emergenciais, segundo informações do governador, buscam
diminuição dos efeitos da seca em curto prazo e estão orçadas em R$ 620
milhões, sendo R$ 117 milhões em recursos do Estado e o restante do
governo federal.
Já
as ações estruturantes, que objetivam a redução dos efeitos da seca em
médio e longo prazo, contam com cerca de R$ 5,5 bilhões, sendo cerca de
R$ 1 bilhão do Ceará e o restante da União. Contudo, comemorou a
informação de que os açudes Gavião e Independência sangraram no final de
semana.
Pé no acelerador
Ciro
contou a O Estado que têm instruções do titular da Ferrovia
Transnordestina, Benjamin Straunbruk, para pôr o “pé no acelerador” no
andamento das obras. Segundo destacou, o trecho Salgueiro, em
Pernambuco, a Missão Velha, no Ceará, está concluído, faltando apenas a
homologação pela ANTT (Agência Nacional de Transportes Terrestres) – o
que, conforme ele, será realizado até a próxima semana. Os demais
trechos no Ceará devem ser licitados em breve. Ciro, porém, não quis dar
prazos para conclusão da obra, mas admitiu que seu desafio é entregar
os trechos Eliseu (Piauí), Salgueiro (Pernambuco) e Pécem (Ceará) até
2018. “Nós vamos tentar impedir que essa onda de restrições que está
acontecendo agora, no Brasil, não atinja essa obra que é muito
importante para o trânsito férreo”.
Corte no Eixão
Sobre
as informações de corte nas obras hídricas no Estado, publicadas pelo
OE na edição de ontem, Ciro classificou como “equívoco grosseiro”, até
mesmo “inacreditável”, por parte do governo federal. Apesar da
declaração, o ex-ministro evitou fazer uma análise das ações da gestão
Dilma Rousseff.
Eleição 2016
Sobre
sucessão municipal, ele adiantou que a questão só será discutida a
partir de abril ou maio do próximo ano e reafirmou que a prioridade é
dar suporte a boa gestão do prefeito Roberto Cláudio e manter a base
aliada. “Roberto Cláudio com mais dois anos de trabalho, vai ser o maior
prefeito da história de Fortaleza, porque foi o gestor que mais
realizou em pouco mais de dois anos de administração”, disse.
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