Bom dia

No sentido oeste-leste, quem entra pela Praça João Pessoas, descendo pela calçada que fica do lado onde está o cemitério, estava a casa da Mãe do Massapê e da Zilda Pau de Lata. Depois o armazém do seu Oliver. Aí, vinha a casa da mãe do Juarez, da Mãe da Naninha, da Mãe da Marta e do Balaã, da Mãe do Rogerim e do Tadeu, da minha tia mulher do Major Antonio Passos e que não teve filhos mas afagou todos nós como se dela fôssemos, a casa da outra Tia, mulher do Zé Fialho e essa teve 11, a casa da...pula essa que depois eu volto...e da Mãe, que dizer, da filha do Zé Fonteles, antes da casa da esquina, do próprio Zé Fonteles. Pulando a rua que leva pra Igreja do Patrocínio, onde lá na esquina morava a Mãe do Zé Viana e no meio o Gerardo Verdim com a mãe da Socorro e da Maria do Carmo, chegava na casa da mulher do seu Martimiano e depois da mãe da Sofia e da Nenca de onde saiam os melhores tijolinhos de goiaba que já comi na vida. Aí vinham as casas dos Frotas,depois da casa do Mãe da Izolda, essa aí que é vice-governadora,  e das mães das bem duzentas Iduinas Edites e quetais, que também viraram mães até chegar na casa da mãe do Guido e do Aurélio Ponde e da Baia e mais Frotas, até a esquina, casa da Mãe do Padre Frota. Na testeira da rua, estava a mãe da Mariinha Ibiapina que nunca esqueceu meu aniversário e do Antônio Féliz e do Félix da Churrascaria. Do terreno baldio, já voltando no sentido leste-oeste, pela calçada do outro lado da Praça, nasceu a casa da Mãe do Vronski e depois a casa da Calozinha, cujo nome cito porque nem casou nem teve filhos e a Mãe do Maninho, do Aloisio Jader e do Alberto Nairo que depois de muitos anos sem vê-lo encontrei em Londres. A da casa da mãe do Zé Almino. Pulando a rua que vai dar na Praça da Meruoca (que um idiota rebatizou de Praça de Cuba - Praça de Cuba é o Cacete!) tinha a casa da Mulher do dr.Zé Nilson e depois da mulher do dr.Ubirajara e depois da mulher do dr.Grijalba e da mulher do Meu Bem, que tinha uma área no Mercado e depois as casas dos parentes do Chico Pinto o Poeta Maldito e subindo a casa da mulher do Chico Bacurau e a casa da mãe dos Elesbão e tinha o mais alto e melhor jacaré pra gente tomar banho de chuva de Sobral, e onde o Jair, filho mais novo da casa nem ligava pros meninos gritando e se empurrando pra pegar uma porrada da água que vinha do céu. E aí vinha a casa da mãe da Cesarina fechando a rua.
Sabe a casa que pulei? Era a número 431. Praça João Pessoa, 431, onde morava seu Pompeu com a segunda mulher dele, eis que com ela casou viúvo da Primeira, mãe da Tia Rita filha do primeiro casamento dele. Ali morou, até morrer, Mãe Vovó Petronilha, A Racista, sempre agulhas à mão, empoada, fazendo croché ou reclamando com alguma empregada. E ali, nasceu e morreu Minha Mãe Maria de cuja lembrança mais forte é seu olhar perdido, sentada na mesma cadeira de balanço de Mãe Vovó, enquanto uma endocardite e quem sabe uma saudade desgraçada do marido que me fez e se foi, carcomiam sua vida tão breve.
Estas foram as primeiras mulheres da minha vida.
A estas pelas quais sofro de saudades e de lembranças que jamais tirarei da alma, a flor da minha memória - que algo mais não tenho pra lhes oferecer - neste DIA INTERNACIONAL DA MULHER.
Depois vieram outras tantas de quem não  esqueço e de quem guardo saudades, lembranças ou até mesmo...sei lá. 

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