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Projeto Universidade a Céu Aberto realiza quatro aulas públicas em março


A ADUFC Sindicato realiza 12 aulas públicas, mediadas por professores da UFC, em diferentes espaços públicos da cidade. São encontros semanais, em locais de trânsito, de convivência coletiva, aproximando o conhecimento científico da cidade. No mês de março, os temas transitam pelas questões ambientais, urbanas, pelo cinema e a cidade e pelos direitos humanos e as sexualidades.
 
O intuito do projeto, produzido em parceria com a ONG Mediação de Saberes, que em 11 anos tem concebido e realizado projetos como o Percursos Urbanos, é estimular a troca de saberes e difundir o pensamento científico a partir de intervenções inusitadas e sob o risco dos encontros de rua. O projeto também reflete a preocupação do sindicato com a degradação das condições urbanas e a precarização da vida comunitária.
 
Sem as instâncias de formação populares que foram fundamentais em diversos momentos históricos, o debate sobre a vida, o comum, facilmente se encaminha para o esvaziamento. A contribuição da ciência para a compreensão do mundo fica muitas vezes restrita aos meios universitários.
 
O Projeto Universidade a Céu Aberto propõe superar esses limites com encontros dialógicos que criam conexões entre linhas de pesquisa, os saberes populares e os contextos sócio-político-culturais onde as atividades educativas serão desenvolvidas.
 
10 de março – 17h
Morte e vida dos oceanos
Com Christiano Magini, do Departamento de Geologia da UFC
Titanzinho (Serviluz)
 
Nas areias do Titanzinho, um público de surfistas e moradores conversa sobre histórias de bilhões de anos, de como nasceram os oceanos e depois os continentes formando os primeiros ambientes geológicos da terra. Nesta aula, interrompida apenas pelo pôr do sol, aprenderemos que os oceanos – tal como todos os seres vivos – formam-se (nascem), tem seu tempo de vida e fecham-se (morrem). Durante este ciclo, vários processos geológicos, biológicos, climáticos e até mesmo antrópicos acontecem.
 
Também será tema desta aula pública a relação entre as grandes civilizações e os litorais, fontes de alimentos. Passados os séculos, transformamos de forma danosa estes grandes reservatórios de vida e recursos pondo em risco a própria existência do ser humano. É neste ponto que novas demandas por políticas de uso e ocupação destes ambientes ganham repercussão. E durante todo o tempo, uma questão: E nós, o que temos a ver com isso? Pergunta a exigir pensamento e participação.
 
A aula será ministrada pelo professor Christiano Magini, do Departamento de Geologia da UFC. Magini possui graduação em Geologia pela UFRN, além de mestrado e doutorado em Geologia Regional. Tem experiência na área de Geociências, principalmente nos temas de metamorfismo, geoquímica, geologia estrutural, meio ambiente e cartografia.
 
17 de março – 19h30
Aula de cinema na pracinha
Com Yuri Firmeza, do ICA – Instituto de Cultura e Arte da UFC
Praça do POVO (Sapiranga)
 
A proposição apresenta o novo cinema produzido em Fortaleza, em uma praça ocupada pela juventude, com saraus e outras atividades culturais, há mais de cinco anos. Uma aula pública que se constitui de conversas e imagens, projeções de muitos trechos de filmes.
 
Nos últimos anos, a produção de cinema em Fortaleza tem crescido consideravelmente e o aumento ocorre não apenas em relação à quantidade de pessoas pensando e produzindo cinema, mas também com a inserção de filmes em circuitos que estão além das fronteiras da cidade. Parte significativa desses filmes toma esse espaço urbano não como mero cenário para seus filmes, mas como lugar-problema para suas indagações.
 
O propósito desta conversa é apresentar e debater filmes de jovens realizadores que olham para a cidade de Fortaleza e nos fazem pensar sobre nossa relação com o lugar que habitamos. Algo que os jovens da Pracinha do Sarau também fazem com sabedoria.
 
A aula será ministrada pelo professor Yuri Firmeza. Firmeza é graduado em Artes Visuais pela Faculdade Integrada da Grande Fortaleza e possui mestrado, também em Artes Visuais, pela Escola de Comunicação e Artes da Universidade de São Paulo. Realizou exposições em diversas cidades do Brasil e do exterior.
 
24 de março – 19h
O direito ao meio urbano com suas praças e parques
Com Clarissa Freitas, do Departamento de Arquitetura e Urbanismo da UFC 
Praça de Santa Cecília (Bom Jardim)
 
No coração do Bom Jardim, um bairro quase sem praças – a algumas centenas de metros do rio Maranguapinho, existem centenas de metros de áreas residuais urbanas que poderiam ser aproveitadas para a construção de um belo parque urbano – uma professora de Arquitetura e Urbanismo explica os mecanismos que levam à desigualdade ambiental e à ausência de espaço de lazer nos espaços periféricos.
 
A proposta é fazer conhecimentos técnicos interagirem com o conhecimento e a linguagem cotidiana ao se falar de temas como assentamentos informais e interface com as áreas frágeis, tratamento das margens dos corpos d'água, saneamento ambiental, regularização fundiária, especulação imobiliária. E, mais uma vez, por em debate a falta de investimentos urbanos nessas áreas. O tema é difícil, mas o encontro é suave. O sonho de gente de todas as idades, aproveitando do verde e das praças, anima o movimento.
 
A aula será ministrada pela professora Clarissa Freitas, do Departamento de Arquitetura e Urbanismo da UFC. Freitas é graduada em Arquitetura e Urbanismo pela UFC, possui mestrado em Planejamento Urbano pela Universidade de Illinois e doutorado em Arquitetura e Urbanismo pela Universidade de Brasília.
 
31 de março – 19h
Direitos sexuais e direitos humanos
Com Alexandre Vale, do Departamento de Ciências Sociais da UFC 
Pólo de Lazer Luis Gonzaga (Conjunto Ceará)
 
A movimentada noite dos jovens no Pólo do Conjunto Ceará vai ficar ainda mais interessante com uma aula pública que toca em assuntos que a todos interessam, mas nem sempre merecem uma abordagem esclarecedora: sexualidades, desnaturalização, prazeres divergentes, a experiência trans, o feminismo, a violência dos estigmas.
 
São temas em debate nos quais a sexualidade será discutida como um dispositivo histórico, pensando as relações entre gênero e política, observando a dinâmica do fundamentalismo religioso neste campo e as forças políticas que se constituem em torno dos direitos sexuais. O grande aprendizado desta noite talvez seja a reafirmação da possibilidade de ressignificar as normas e os gêneros, o valor das singularidades, fortalecendo comunidades de direito às diferenças. Participação da artista Lucíola Feijó.
 
A aula será ministrada pelo professor Alexandre Vale, do Departamento de Ciências Sociais da UFC. Vale possui graduação em Ciências Sociais, mestrado em Sociologia e doutorado em Sociologia e Antropologia, todos pela UFC.

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