Opinião

Pesquei no blog do eliomar de lima, a coluna do Valdemar Menezes publicada no jornal O Povo.

Críticos da suspensão da refinaria fazem politicagem

Da Coluna Valdemar Menezes, no O POVO deste domingo (1º):
A decisão da Petrobras de suspender a implantação das refinarias Premium I, no Maranhão, e Premium II, no Ceará, chocou os cearenses. E não é para menos. O sonho começou em 1955. Naquela época, a Petrobras dava os primeiros passos, era totalmente estatizada e tinha como objetivo servir de esteio para a construção do projeto nacional. Isto é: a exploração direta do petróleo se destinaria a viabilizar os grandes projetos de interesse estratégico da Nação.
Se hoje ainda fosse totalmente estatal, a Petrobras poderia, por exemplo, construir uma refinaria numa região distante dos grandes centros industrializados e bem servidos de infraestrutura, unicamente para atender à necessidade de corrigir uma disparidade regional, isto é, de integrar uma região menos desenvolvida ao núcleo mais desenvolvido, tornando o desenvolvimento do País mais bem distribuído. Só não beneficiou mais o Nordeste, nessa época, por conta da supremacia absoluta da influência das forças econômicas do Sudeste sobre os centros decisórios do poder.
O que não dá para entender é a choradeira dos segmentos que sempre foram ardorosos defensores da entrega da Petrobras ao capital financeiro quando a racionalidade dos mercados (que pouco se lixa para critérios outros que não a maximização dos seus lucros) bloqueia a ideia de uma refinaria no Ceará.
É politicagem dizer que as promessas dos governantes eram pura embromação política. Ninguém é maluco, ou suicida político, para fazer investimentos de tamanho porte, se não esperasse remover essas barreiras. Quando, a muito custo, tudo parecia resolvido, surgem a crise internacional do petróleo (o barril do óleo cru caiu pela metade do preço) e a descoberta da corrupção na Petrobras para servirem de pretexto para o golpe final.
Quem poderia esperar algo diferente de uma equipe econômica liderada pelo ministro Levy, o interventor-mor encarregado pelo mercado financeiro para colocar a economia nos trilhos da banca? Se o governo fosse totalmente neoliberal, aí seria ainda pior, pois teríamos um Armínio Fraga sem peias.

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