Falso paladino da ética
Chinaglia compara Eduardo Cunha a Demóstenes Torres
‘Já
teve senador muito eloquente pedindo CPI, que depois foi flagrado na
Operação Cachoeira’, disse o candidato do PT à Presidência da Câmara
Demóstenes ficou famoso por criticar a
falta de ética de outros parlamentares, mas foi cassado em 2012 por seu
envolvimento com o contraventor Carlinhos Cachoeira, pego da Operação
Monte Carlo, da Polícia Federal.Na semana passada, o líder do PMDB
Eduardo Cunha, que também disputará a Presidência da Casa, passou pelo
Estado.Em Teresina, Cunha disse, na ocasião, que quem não queria a CPMI
da Petrobrás é porque tinha medo da investigação.
Segundo Chinaglia, “para defender que deveria ter uma nova CPI,
alguém teria que ter conhecimento sobre até onde vão as informações do
caso. Os depoimentos estão aguardados. Para defender uma nova CPI, teria
que ter o chamado fato determinado.”, advertiu, dizendo que sua
história lhe credencia e ele não precisa disso para se afirmar como
candidato.Seu adversário na disputa pela presidência, Cunha foi citado nos depoimentos da delação premiada do doleiro Alberto Youssef como sendo um dos beneficiários do esquema revelado pela Operação Lava Jato. Além disso, em um depoimento à Polícia Federal no ano passado, o agente da PF Jayme Alves de Oliveira Filho, conhecido como “Careca” afirmou que entregou dinheiro para o peemedebista a pedido de Youssef. Careca é apontado pelos investigadores como um dos “carregadores de malas” do doleiro.
Sobre a disputa na Câmara, Chinaglia comentou que existe muita divisão entre os parlamentares na eleição da Câmara. “Eu diria que quase todas as bancadas se dividem na eleição da Câmara. Ser da base não anula divergências. Ali não é votação na pessoa jurídica, é na pessoa física. Os deputados escolhem aquele que entendem ser o que vai conduzir melhor a Câmara. Vai haver divisão na base e na oposição também. É normal. A eleição na Câmara não é uma continuidade da disputa das eleições gerais”, argumentou.
No Piauí, Arlindo Chinaglia admitiu que deve ser votada uma reforma política negociada na Câmara ainda este ano. Ele frisou que não será tão ampla quanto muitos gostariam, mas tem que ter as mudanças. Chinaglia já foi presidente da Câmara de 2007 a 2008, quando a reforma entrou na pauta de votação.
“Quando eu era presidente da Câmara, coloquei em votação o relatório do deputado Ronaldo Caiado (DEM). Aliás, os únicos dois partidos que foram do começo ao final defendendo o projeto inicial da reforma política foram o PT e o DEM. Na hora que caiu na pauta o financiamento público e lista pré-ordenada, não evoluiu. A reforma não é tão ampla como muitos gostariam”, comentou. (Luciano Coelho/AE)
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