Morrer em Paris

Há pouco menos de 80 anos, o primeiro-ministro britânico Neville Chamberlain procurou compreender as reivindicações nazistas por mais territórios. Para acalmar Adolf Hitler, deu-lhe de presente 30% da Tchecoslováquia. E voltou à Inglaterra orgulhoso de sua façanha, prometendo "paz para nossos tempos". Winston Churchill, seu companheiro de partido, mas não de fraqueza moral, comentou: "Entre a guerra e a desonra, escolheram a desonra. E terão a guerra".

A Segunda Guerra Mundial veio um ano depois. Ficou a lição: não há o que compreender quando do outro lado há fanáticos adoradores da morte. Pode-se (e deve-se) negociar quando possível, mas estando pronto para lutar. Assassinos que matam quem expõe opiniões diferentes das suas têm de ser contidos. Ponto. Quem os compreende e justifica pode ter ótimas intenções. Mas é cúmplice.

Há horas em que é inaceitável ser mal informado. E uma professora universitária especializada em Oriente Médio não é mal informada. Quando diz que exercer a liberdade de expressão, legalmente garantida, é algo que não se faz, é atrair problema, põe-se ao lado da barbárie. Outro professor universitário vai mais longe: os culpados são as vítimas. "Qual a graça de se fazer charges com Maomé? (...) Quem faz uma provocação dessas não poderia esperar coisa muito diferente". É como quem acha que a vítima é culpada pelo estupro, por ser atraente.

Chega de compreender os coitadinhos dos assassinos. Que se cumpra a lei; que, na forma da lei, sejam julgados.

Contra a barbárie, sejamos todos Charlie.

Opinião do Brickman

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