Bocado comido, bocado esquecido

Petistas defendem candidatura própria

O senador José Pimentel, líder do governo no Congresso, defende que o PT tenha candidato próprio à Prefeitura de Fortaleza, nas eleições de outubro de 2016. Para Pimentel, o partido, quando postulou o cargo em 2012, foi colocado na oposição pelo eleitorado, o que vem a ser “natural” não apoiar a reeleição do atual prefeito da Capital, Roberto Cláudio (Pros).
“Nossos candidatos quando disputaram a Prefeitura de Fortaleza em 2012 foram mandados para a oposição e isso é o suficiente para no ano que vem, apresentar candidato próprio à chefia da Capital”, enfatiza Pimentel, acrescentando que o candidato do PT em 2012, Elmano de Freitas (PT), teve 47% dos votos, um percentual, segundo ele, muito expressivo.
O senador explica que a decisão se a legenda irá ter ou não candidatura própria ficará por conta do diretório municipal, que por sinal, em Fortaleza, é comandado por Elmano de Freitas.  Ele ainda considera que o diretório só irá se manifestar quando estiver mais próximo. Pimentel não quis falar em nomes para postular o cargo, mas disse que existem vários, “todos competentes”. Ele reconhece que, no momento, o partido continua dividido com relação à questão, mas pode mudar.
A divisão se dá devido à aliança estadual do Pros com o PT, que ajudou a eleger o primeiro governador petista do Ceará, Camilo Santana (PT). Durante o processo eleitoral, o prefeito de Fortaleza atuou ativamente na campanha de Camilo.
O vereador petista de Fortaleza, Acrísio Sena, afirmou que o sentimento do partido neste momento é que tenha um candidato próprio. Ele embasa a candidatura do partido, indicando fatores e indicadores que não estão “caminhando” muito bem na Capital. “Hoje, o sentimento do partido dos trabalhadores é ter candidato; a tendência hoje, a tese hoje é de candidatura própria. A avaliação que o partido faz, com indicadores da atual administração da capital na saúde, moradia, e fatores básicos para a sobrevivência, eles deixam a desejar”, pontua.
Para Acrísio, é fundamental que o governador tenha uma boa relação com o prefeito da capital, mas que, no entanto, ele deve estar sempre avaliando os índices da cidade, principalmente, a saúde, que foi a área de maior “promessas” do atual prefeito.
Ainda segundo Acrísio, apesar de ainda ser cedo para projetar um cenário eleitoral para a disputa municipal, o PT deve trabalhar para estar entre os protagonistas na disputa. “Agora, o PT tem que estar mais vivo que nunca. Sempre será, com todas as dificuldades e todas as avalanches, um partido protagonista nesses processos eleitorais. Digo isso pela sua realidade”, apontou.  

FORA DE HORA
O presidente do PT Ceará, De Assis Diniz, afirmou que ainda não é o momento de o partido discutir o assunto. “O PT tem seus espaços, instâncias e deliberações. E essas instâncias superiores ainda não pautaram nada sobre o pleito de 2016. É muito estranho nomes públicos de nosso partido estarem deliberando sobre o assunto. Nós não vamos discutir o assunto este ano; eleições municipais só serão tratadas em 2016”, enfatizou.

GOVERNO CAMILO
O senador Pimentel acredita que o governo Camilo irá “sempre” conseguir maioria para apoiar seus projetos porque, para ele, o governador jamais vai encaminhar algo para o Legislativo que seja contra o desenvolvimento do Ceará. “O governador vai ter apoio não só dos aliados, mas de membros da oposição, porque será coerente no que se refere aos reais interesses do Estado do Ceará”, prevê.