Com
licença,preciso falar
No
dia 19 de janeiro de 1998, desembarquei pela segunda vez em Havana,Cuba. Uma
viagem difícil, além do visto de trabalho. Fortaleza-São
Paulo-Miami-Cancun-Havana. No Hotel La Pradera montei acampamento e sob olhares
tortos da gerência enviava matérias para o Brasil. O Papa João Paulo II estava
chegando. Desembarcou no velho aeroporto José Marti, de um avião da Alitalia,
recebido com honras por Fidel Castro, um ex-estudante de colégio de padres.
Teria sido o cubano que mais se preparou para receber a Santidade. E logo no
primeiro momento João Paulo disparou forte,com sua voz de barítono: “Que o
mundo se abra a Cuba e que Cuba se abra ao mundo”. Foi a primeira emoção
daqueles cinco dias por toda a Ilha, de 21 a 25. Alí comecei um trabalho que,
se estivesse “no papel” começaria anteontem, quarta feira, a ser concluído; uma
longa pesquisa sob o título “Cuba Pós-Papa” e que me faria voltar a
Havana,Camaguay, Holguim, Cienfuegos, Santa Clara e outras províncias cubanas
um total de 26 vezes. Ví e senti mudanças reais. A imprensa do mundo se
instalou lá. Desde a TV Espanhola (amiga) à CNN. Presídios políticos melhoraram
as condições dos presidiários. Militares puderam receber visitantes em casa. Eu
mesmo levei uma velha comunista a comungar numa Sexta Feira da Paixão, entre
lágrimas pelo reencontro com a Igreja, com Deus. Padres e freiras voltaram às
centenas – devagar – para a pastoral. O ensino superior e as casas de estudantes
melhoraram. Numa delas chegou a ser servido frango três vezes em um ano. Antes
era feijão, arroz, milho e grão de bico. Carne? Nem pensar! E assim foram
feitas mudanças na economia. Encontrei ervilha brasileira num supermercado para
compra em dólar. E no mesmo lugar havia produtos de primeira para
estrangeiros,importados da irmã Espanha. Um começo, é verdade, que pude
testemunhar e anotar tintim por tintim. As relações com o mundo exterior
melhoraram. Os arquinimigos americanos puderam visitar Cuba e cubanos-americanos
puderam mandar dinheiro dos EUA pra Casa. Tudo meio incipiente, mas com ares de
boa vontade. Iria longe falando de “Cuba Pós Papa”, meu livro não escrito e
quase inacabado. Terça feira, 16, Obama e Raul Castro se falaram 59 anos
depois. Presidentes americano e cubano quebraram o gelo. Ficaram 45 minutos ao
telefone. Na quarta feira, foram reatados os laços diplomáticos entre Estados
Unidos e Cuba. Quem estava por trás do namoro? Outro Papa, este Francisco que
anda fazendo milagres em vida. É cedo pra terminar a saga das minhas pesquisas,
entretanto, juro que fiquei e estou em paz com o que vi na esperança de, quando
e se voltar outras vezes à Ilha, terei um novo encontro com a democracia pedida
por João Paulo, encaminhada agora por Francisco.
A
frase: “Quem de uma escapa...cai
noutra”. Atualizando os adágios.
Eu
estava lá (Nota da foto)
Fidel
Castro recebe João Paulo II em Cuba, entre 21 e 25 de janeiro de 1998. Ali
começou a reaproximação diplomática que Francisco acaba de intermediar.
Morbidez
Cê
precisa ver a cara das editorias brasileiras quando souberam que uma brasileira
estava nas mãos de um sequestrador na
Austrália.
Coisa
pouca
Ninguém,
nenhum dos editores, marcou os 4 policiais mortos em dois dias no Rio nem os 47
crimes de morte no fim de semana do Ceará. Eita!!!
Outro
querendo o meu
O
chef Alex Atala está movimentando sua categoria: quer que eventos
gastronômicos possam ser enquadrados como ações culturais e por conta disso,
ter direito a captar apoio no mercado através da Lei Rouanet.
Conversa
besta
Da coluna do Giba Um - Prefere o BNB-O governador Cid Gomes continua
não gostando da hipótese de assumir o Ministério da Educação. Jamais admitiu a
hipótese.
E
continua...
O
Planalto até pensa em oferecer o Ministério da Integração, só que Cid prefere
indicar seu secretário da Fazenda e deputado estadual Mauro Benevides Filho
(perdeu para Tasso Jereissati na corrida ao Senado) para a presidência do BNB.
Ainda
o Giba...
Segundo
ele, o BNB hoje está razoavelmente em ordem e reina nas linhas de financiamento
para o Nordeste. Até a turma paulista da boquinha descobrir e mudar pra cá pra
pedir mais.
Ei...
Cê
já andou nos shoppings de Fortaleza nos últimos dias? Tem, deles cheinhos de
lisos olhando lojas. O novato vizinho do HGF domina a cena. Os outros, oh!!!
Deu
no Ancelmo...
“Embora
o escândalo da Petrobras esteja respingando na atual diretoria, foi sob o
comando de José Sérgio Gabrielli que a estatal virou um mar de lama”.
Lembra dele?
Gabrielli
chegou a ter um pedido de persona nom grata ao Ceará, por conta das enroladas
com a história da refinaria da Petrobras no Estado. Melhor assim.
Quem
pede tem preferência
Como
no futebol quem se desloca e pede, tem preferência pra receber o jogo. Duquinha
foi ao meio fio na Assembleia. O deputado pediu um campus do ITA no Ceará.
Perguntar,
ofende?
Afinal
de contas, motivos quais ninguém levantou uma palha pro aproveitamento racional
do aeroporto de Limoeiro do Norte, no projeto de irrigação?
Beijo
de língua
Sabe
quem tá namorando a TAP? A Azul. A brasileira voadora anda doidinha rodeando a
portuguesa numa crise sem fim.
Nenhum comentário:
Postar um comentário