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PMF mapeia concentração de empresas em bairros da Capital
Os estudo que trata da concentração das atividades econômicas formais, por bairro, divulgado, ontem, pela Prefeitura de Fortaleza, mostra que a grande maioria das empresas formais da capital estão concentradas nas áreas de abrangência das Secretarias Regionais II (SER II) e Centro. Dos 120 bairros do município, 71 deles registraram o surgimento de novos empreendimentos. Para elaboração do boletim, utilizou-se o Censo Populacional do IBGE no ano de 2010, a classificação CNAE 2.0 e os dados da Rais/MTE no ano de 2012.
Conforme a Secretaria de Desenvolvimento Econômico (SDE), os levantamentos irão fornecer uma radiografia sobre o desempenho do município na geração de empregos e a distribuição de empresas e áreas de atuação. O procedimento para construção do mapeamento das principais atividades econômicas para os bairros de Fortaleza consistiu na elaboração de dois índices, como Índice de Cobertura Agregado das Atividades Econômicas, por Bairro (ICA-b) - que identifica a distribuição quantitativa dos empreendimentos atuantes em cada um dos bairros da Capital - e o Índice de Cobertura Setorial das Atividades Econômicas, por Bairro (ICS-b) – que funciona como um filtro do ICA-b.
DETALHAMENTO
Entre os 10 melhores resultados do ICA-b, destacam-se o bairro Centro, que ocupou a primeira posição com 273 estabelecimentos formais para cada mil habitantes, seguido dos bairros Meireles (114), Praia de Iracema (85), Cocó (78) e Aldeota (78). Nesse grupo, os bairros da SER II apresentaram os maiores valores, concentrando mais de 56% do número total de empreendimentos formais de Fortaleza. Deve-se destacar, ainda, que os bairros Meireles, Aldeota, Cocó e Praia de Iracema encontram-se também classificados entre os bairros com melhores Índices em Desenvolvimento Humano de Fortaleza (IDH). Por quantidade de estabelecimentos, o Centro lidera com 7.800 empresas, seguido por Meireles (4.211) e Aldeota (3.291).
Já os dez piores resultados encontrados concentraram-se nos bairros das SER V e III. O percentual de participação dos bairros com piores resultados, em número total de empreendimentos formais, é de somente 3%. Conforme a SDE, o bairro Parque Presidente Vargas apresentou o segundo pior IDH – sendo que o bairro possui, apenas, 7 empresas ali localizadas. Falando em número de empresas, destacam-se os bairros Mondubim (348), Bom Sucesso (160), e Pici (153), com os melhores resultados deste grupo, enquanto os menores – além do Parque Presidente Vargas - são Padre Andrade (55), Amadeu Furtado (53) e Itaperi (40).
SETORES
Dentro do Índice de Cobertura Setorial das Atividades Econômicas, a amostra considerou apenas 68 bairros. Os setores que alcançaram maior destaque foram os de Serviços, Comércio, Indústria de Transformação e o setor da Construção civil, respectivamente. Esses resultados confirmam a vocação da cidade de Fortaleza para o setor terciário da economia, destacando tais atividades como de maior relevância para o município. Para o setor de serviços, o bairro Centro ocupou a primeira posição com 100 estabelecimentos formais para cada 1.000 habitantes, seguido dos bairros Meireles, Praia de Iracema, Aldeota e Dionísio Torres. Quando agrupados, eles representam mais de 50% do número total de estabelecimentos do setor. No total, os dez melhores bairros correspondem a 67% do número total de estabelecimentos do setor. Já os bairros que apresentaram menores valores para o ICS-b correspondem apenas a 2% do número total de estabelecimentos formais desse setor.
Segundo dados da Rais, os cinco bairros que apresentaram bons desempenhos no setor de comércio foram os bairros Centro, Cocó, José Bonifácio, São Gerardo e Meireles. Nesse grupo, o Centro registrou índices de 138 estabelecimentos formais por mil habitantes, respondendo por 27% do total. Quando somados, os dez bairros correspondem a 54% do total de estabelecimentos. Os menores desempenhos ficaram com os bairros Itaperi, Parque Presidente Vargas e José de Alencar, que possuem, aproximadamente, dois estabelecimentos formais por mil habitantes.
Já os resultados para o setor da indústria de transformação apontam os bairros Centro, Jacarecanga, Antônio Bezerra, Bom Futuro, Parangaba, Cocó, Maraponga, Montese, Praia de Iracema e Messejana como sendo os dez melhores. Juntos, esses bairros somam 58 empresas para cada mil habitantes, compreendendo 34% do total das empresas do setor. Os piores resultados ficaram com os bairros José de Alencar, Parque Presidente Vargas e Cajazeiras obtiveram os valores mais baixos, não alcançando a marca de um estabelecimento formal para cada mil habitantes. Juntos, eles representam 4,41% do total de empreendimentos.
Por fim, o bairro Centro, novamente, está entre os dez melhores bairros para a construção civil, com 20 estabelecimentos formais para cada mil habitantes. Destaque também para os bairros Meireles, Cocó, Dionísio Torres e Aldeota, que apresentaram 45 estabelecimentos por mil habitantes – comportando 70% dos empreendimentos.
Informações nortearão ações
Com base nas informações do levantamento da SDE, o coordenador de Projetos e Desenvolvimento Econômico, Paulo Francisco Barbosa Sousa, destacou que a pasta está preparando uma proposta de lei para incentivos fiscais, na qual quer priorizar a ida de empresas para bairros que tenham baixo Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) e bairros que tenham baixa concentração de empresas. “Se intensificarmos a política de concentração de empresas nos bairros com baixo IDH, vamos contribuir para que eles melhorem a situação de vida”, enfatizou.
Já o prefeito Roberto Cláudio, ao comentar acerca dos resultados do estudo, adiantou que o mapeamento dos bairros ajuda a traçar um planejamento que melhore os indicadores sociais dos bairros menos desenvolvidos. “Isso, por si só, nos dá o desafio, primeiro, econômico, e da formulação de uma política de incentivos – com tributos e outros tipos de contrapartidas físicas – a instalação de empresas em áreas de mais baixo IDH, e com menores número de empregos estabelecidos”, afirmou.
A outra importante informação que este estudo gera é para o projeto Fortaleza 2040,  que é um plano de desenvolvimento urbano, já em andamento, que permite não só a política de mobilidade da cidade - e que deve priorizar o acesso às pessoas que vivem nessas áreas para os grandes centros geradores de emprego -, como, principalmente, definir novas centralidades para a cidade, como a proximidade do emprego às residências das pessoas.

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