Esperamos
Nem direita e nem esquerda, mas democracia apoiada na vontade popular,
na liberdade, nos aspectos éticos e morais, na imprensa livre, nos
dispositivos constitucionais e na harmonia e independência dos poderes
constituídos. Eis o regime político que imaginamos e sonhamos, sob a
liderança de Ulysses Guimarães, Tancredo Neves, Aureliano Chaves, dentre
outras importantes figuras da sociedade brasileira, há 30 anos, quando
governamos o Estado do Ceará.
Após a desejada redemocra-tização, já tivemos sete eleições diretas
para presidente da república. O segundo turno da sétima ocorreu no
último dia 26 de outubro. A disputa foi entre a senhora presidenta Dilma
Rousseff, buscando a reeleição, e o senador e amigo Aécio Neves.
Durante a campanha, ouvimos propostas e teses divergentes e
convergentes. Os assuntos abordados se relacionaram mais com aspectos
socioeconômicos, políticos, éticos e morais. Apesar das ocasiões
desagradáveis, valeu a pena. Melhor uma discussão pouco objetiva do que
nenhuma manifestação. Ademais, uma democracia imperfeita ou frágil é
preferível a qualquer ditadura, dentro de uma perspectiva de liberdade.
Convém destacar os pronunciamentos da presidenta e do senador,
respectivamente, na proclamação do resultado e da tribuna do senado. Um
relevante ponto comum: o combate à corrupção e à impunidade. Segundo a
presidenta, "não ficará pedra sobre pedra" e "doa a quem doer". Já o
senador foi implacável e só admite diálogos políticos após a apuração de
mal feitos e a punição dos corruptos. Assim, confiando na justiça,
esperam os brasileiros.
Gonzaga Mota
Professor e escritor
Professor e escritor
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