Mão de obra carcerária é utilizada no Metrofor

Implantado em 2011, o Programa Mãos que Constroem estimula a ressocialização de sentenciados em regimes aberto e semiaberto, através do emprego da mão de obra carcerária em obras públicas do Estado. Firmando o 110 convênio, o programa conta com 15 egressos trabalhando, desde a semana passada, nas obras da Linha Leste do Metrô de Fortaleza e, até o final do ano, serão 20 egressos empregados. O termo de cooperação entre a Secretaria da Justiça e Cidadania do Estado do Ceará (Sejus), a Secretaria da Infraestrutura (Seinfra) e o consórcio responsável pelas obras, Cetenco Engenharia, foi assinado ontem, na sede do Metrofor. Participaram do encontro a secretária da Sejus, Mariana Lobo o titular da Seinfra, Adail Fontenele; e o diretor do Cetenco, Julio Fumagalli.
Segundo Mariana Lobo, mais de 180 pessoas já tiveram oportunidades de trabalhar profissionalmente na construção civil, desde o início do projeto, e novas vagas estão em implementação. O programa estadual garante a inserção no mercado de trabalho para apenados, aproveitando a demanda crescente por mão de obra no setor. “Temos investido em capacitação dos internos, mas, principalmente, em convênios para que eles sejam incluídos formalmente no mercado de trabalho. O setor da construção civil cresceu muito e, por isso, investimos nessa qualificação. O sucesso tem sido grande e estamos sendo procurados por empresas de engenharia em busca dessa mão de obra capacitada. O diferencial é o nosso acompanhamento, que não se limita à colocação no mercado”, explicou a secretária, destacando, ainda, que o projeto busca incentivar a experiência formal de trabalho, para que os apenados sejam absorvidos pelo mercado.
O tempo de trabalho dependerá do tamanho da obra. Contudo, a expectativa da secretária é de que os senteciados sejam absorvidos pelas empresas contratantes, assim como aconteceu em outras obras.
OBRAS LINHA LESTE
O projeto da Linha Leste prevê a construção de onze estações: Estação da Sé, Colégio Militar, Luiza Távora, Nunes Valente, Leonardo Mota, Papicu, HGF, Cidade 2000, Bárbara de Alencar, CEC e Edson Queiroz. Além dessas, haverá integração com as linhas Oeste e Sul na estação central Chico da Silva, totalizando doze estações. A previsão é de que a Linha Leste atenda 400 mil usuários por dia quando integrada com os demais modais de transporte, em viagens com percurso de 17 minutos.
Para o titular da Seinfra, Adail Fontenele, a mão de obra do programa, além de estimular a ressocialização dos internos, é importante para as empresas que os absorvem, por se tratar de uma força de trabalho qualificada. “Esses profissionais são capacitados para o serviço que vai ser executado, de acordo com a habilidade de cada um. Como já trabalhamos com eles nas obras do VLT, somos testemunhas de como eles são compenetrados, organizados e dedicados ao trabalho. O programa utiliza o trabalho como motor para a inclusão social. Eles erraram e estão pagando, mas merecem, pelo bom comportamento, serem elevados novamente ao contato com a sociedade”, analisou Fontenele.

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