Machado se afasta para os cortes da Auditoria da Petrobras

Sérgio Machado pede licença da Transpetro
A Transpetro, subsidiária de logística da Petrobras, tornou, ontem, oficial a saída de Sérgio Machado da presidência. Ele se afasta, a princípio, por 31 dias. Indicado de Renan Calheiros, Machado estava na Transpetro desde 2003. A saída de Machado da Transpetro, conforme confirmaram pessoas próximas, deveu-se à exigência da consultoria PricewaterhouseCoopers (PwC) como condição para auditar o balanço trimestral da companhia.
No dia 8 de outubro, o ex-diretor da Petrobras, Paulo Roberto Costa, informou à Justiça ter recebido de Machado R$ 500 mil que seriam pagamento de propinas em esquema de aluguel de embarcações. Preso em março na Operação Lava Jato, da Polícia Federal, Costa assinou acordo de delação premiada e, agora, cumpre prisão domiciliar enquanto aguarda julgamento.
Em carta entregue ao Comitê de Auditoria da Petrobras, em 16 de outubro, a PwC determinou à Petrobras aprofundar as investigações de corrupção levantadas pelos desdobramentos da Operação Lava Jato. O documento citava nominalmente Machado. As denúncias envolvendo seu nome eram alvo de grande preocupação da auditoria.
PMDB
No auge da campanha eleitoral, Dilma Rousseff cogitou demitir Machado, após o seu nome aparecer entre os citados da Lava Jato. Deflagrada em março pela PF, a operação descobriu um esquema de desvio de dinheiro da Petrobras que envolveu o ex-diretor Paulo Roberto Costa, doleiros e fornecedores da estatal. Segundo a PF, uma “organização criminosa” atuava dentro da empresa. O esquema teria movimentado R$ 10 bilhões.
O PMDB, no entanto, barrou a demissão. Caciques da legenda cobraram do Planalto “tratamento isonômico”: se demitissem Machado, João Vaccari, tesoureiro do PT, também deveria ser afastado do Conselho de Itaipu. Para evitar desgastes com o PMDB durante o processo eleitoral, Dilma recuou e manteve Machado. Entre as reclamações, o PMDB queria uma “saída honrosa” para Machado.

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