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Há pouco mais de um ano, a população foi impedida de manifestar-se após
ter sido infiltrada por black blocs. Os vândalos transformaram
protestos pacíficos em manifestações violentas, com destruição,
ferimentos, morte, aos quais ninguém mais quis ir. Agora, manifestantes
que protestam pacificamente contra o PT e a presidente Dilma têm sua
posição desvirtuada por black blocs de outro tipo: radicais que buscam
medidas extralegais, como a deposição de Dilma, a intervenção das Forças
Armadas, a intervenção externa em assuntos interno. Qual o
oposicionista de boa-fé, seguidor das leis, irá participar de agora em
diante de manifestações em que até pessoas armadas pregam o desrespeito à
Constituição?
Chega de black blocs! Quem quiser confundir luta política com golpe que
procure sua turma, em vez de se misturar aos oposicionistas legítimos.
As vivandeiras alvoroçadas que querem o golpe militar que frequentem os
bivaques para bulir com os granadeiros, como as criticava o marechal
Castello Branco.
Manifestações legais, pacíficas e legítimas não incluem pedidos de
intervenção americana contra o bolivarianismo. A intervenção externa em
assuntos internos parece apenas imbecil, mas é pior: é tão ilegal e
repugnante quanto o envio de líderes venezuelanos ao Brasil para fazer
acordos com o MST. Golpe militar? Não se pode defender a democracia
pedindo para destruí-la. E lembremos o que aconteceu, em 1964, com quem
pediu a intervenção militar.
Em política, pode-se perdoar, mas não esquecer.
Os deuses vencidos
Em 64, a deposição do presidente João Goulart teve três líderes: Adhemar
de Barros, Magalhães Pinto e Carlos Lacerda. Tiveram o discreto apoio
do ex-presidente Juscelino Kubitschek. Júlio de Mesquita Filho, homem
inatacável, diretor de O Estado de S. Paulo, queria uma ditadura
militar por seis meses, nos quais se fariam as reformas necessárias para
criar um país viável. Findo o prazo, os militares convocariam eleições
livres. Adhemar foi cassado e exilado, Lacerda foi cassado e preso,
Juscelino foi cassado. O Estado de S.Paulo sofreu forte censura,
foi apreendido, o dr. Julinho morreu sem assistir a volta à democracia.
Magalhães Pinto chegou a ministro e parou. Seus aliados mineiros foram
presos.
Ninguém que tenha bom senso contribui para chocar o ovo da serpente.
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