Segue pronunciamento sobre Projeto pioneiro em ação ambiental
para o semiárido foi implantado no localidade de Puba, distrito de
Taperuaba, em Sobral, no Ceará. A técnica consiste na construção de
barragens subterrâneas em forma de arco, de modo a armazenar a água sem
que ocorram a salinização e a evaporação.
O SR. JOSÉ LINHARES (PP
– CE) pronuncia o seguinte discurso: Senhor Presidente, Senhoras e
Senhores Deputados, desejo fazer o registro, nos Anais desta Casa, da
importante iniciativa levada a termo no município cearense de Sobral.
Pioneira
em ação ambiental para o semiárido, a cidade recebeu o Projeto Conceito
Base Zero, com tecnologia desenvolvida pelo engenheiro mecânico José
Artur Padilha, que só o havia aplicado em suas próprias terras em
Pernambuco.
A
localidade de Puba, no distrito sobralense de Taperuaba, recebeu, em
novembro último, a visita de técnicos da Prefeitura Municipal, da
Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural do Ceará (Ematerce), do
Instituto Federal do Ceará e da Universidade Estadual do Vale do Acaraú,
que foram conferir o Projeto.
A
tecnologia, segundo seu criador, pode ser aplicada em qualquer
ambiente. Na verdade, Padilha prefere ser chamado de “desenvolvedor”,
pois credita à natureza sua criação, uma vez que o que se propõe é
respeitar os fluxos da água, ajustando a eles as condições do terreno,
conforme destaca: “É colocar a natureza agindo em favor dela mesma,
construindo de forma mais rápida o que ela levaria décadas para fazer”.
José
Padilha começou a experiência em sua fazenda no município pernambucano
de Afogados da Ingazeira há quase quatro décadas. De baixíssimo custo, a
técnica consiste na construção de barragens subterrâneas em forma de
arco romano deitado, de modo a armazenar a água sem que ocorra a
salinização e a evaporação típicas dos mananciais de superfície.
A
estrutura dos arcos é construída exclusivamente com pedras do local,
organizadas de modo a promover compressão pura. Formam-se então platôs
em decorrência da erosão provocada pelas chuvas nas encostas adjacentes.
Desse
modo, não se interrompe nem se modifica o fluxo das águas, e é possível
alcançar o máximo de aproveitamento dos recursos naturais,
respeitando-se as condições ambientais. Além disso, é de se registrar
que a adoção da técnica implica, primeiramente, a investigação da
realidade vivida pelos agricultores a serem por ela alcançados.
Assim,
a autossustentabilidade de água no semiárido estaria garantida, sem
agressões ambientais desmedidas, tampouco intervenções humanas radicais
por meio de obras por vezes faraônicas, porém, ao final, inócuas.
Espera-se,
assim, revolucionar os manejos de água no semiárido e também em
qualquer localidade em que a tecnologia venha a ser aplicada.
Padilha
entende a expansão do projeto como grande recompensa, pois considera
que “se for implantado conforme o conceito, pode revolucionar a vida do
agricultor em qualquer região”.
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