Atrasos nos repasses do Minha Casa


Bancos calam sobre atrasos dos repasses
Os atrasos que vêm ocorrendo nos repasses de recursos para as construtoras cearenses que participam do programa Minha Casa, Minha Vida (MCMV), preocupam o setor, especialmente porque as empresas não sabem quando a situação deverá ser normalizada. E os dois principais bancos que realizam as transferências das verbas oriundas do governo federal – Caixa Econômica Federal e Banco do Brasil –, mantiveram-se em silêncio. Segundo a assessoria de imprensa do BB, a instituição financeira é uma mera repassadora dos recursos que o governo federal deposita para as construtoras. O mesmo foi dito pela assessoria da Caixa.
As obras da chamada Faixa 1, que é destinada à construção de unidades habitacionais para famílias com renda entre zero e três salários mínimos, são totalmente subsidiadas pelo governo federal, com juros muito baixos. Os contratos, que não dão direito a reajuste, são firmados com as construtoras, que executam as obras em tempo recorde, para atender à demanda reprimida. O lucro, nesses casos, é pequeno, mas ganham com o volume de casas ou apartamentos. Mas, quando ocorrem atrasos na liberação dos recursos, elas enfrentam muitos problemas. O empreendimento Cidade Jardim, em execução pela Fujita Engenharia, conta com 5.536 apartamentos, distribuídos em 16 condomínios, que estão organizados em 13 quadras. Esta é uma das maiores ações do programa Minha Casa, Minha Vida 2 (MCMV-2) na região Nordeste e foi viabilizada pelo governo federal, através da Caixa, em parceria com o Governo do Estado do Ceará. O projeto está sendo erguido na Avenida Presidente Costa e Silva (Perimetral), no conjunto José Walter. A área total é de 77 hectares e os prédios seguem padrão térreo, mais três pavimentos. A área privativa das unidades será de 43,15m², cada. O bairro planejado já teve entregues os condomínios I, II e VI, no total de quase 1.500 apartamentos.

TECNOLOGIA
No que se refere ao uso de tecnologia construtiva, a Fujita é pioneira na produção de paredes de concreto moldadas em canteiro de obras, diminuindo em até 30% o prazo de entrega, reduzindo os impactos ambientais e o desperdício. Atualmente, cerca de quatro mil unidades estão com a estrutura de concreto finalizada e em fase de acabamento. Contando com uma gestão efetiva e logística sincronizada entre os fatores de produção, a previsão de entrega do empreendimento é para dezembro de 2015.
De acordo com Liana Fujita, vice-presidente da Fujita Engenharia, realmente ocorreram alguns atrasos de repasses de recursos, por parte do governo federal, mas foram pequenos e acabaram gerenciados pela empresa. “A gente não demitiu ninguém, temos conseguido manter o ritmo das obras. Estamos seguindo nosso cronograma de entregas que, em média, será de mil unidades a cada três meses. Neste momento, está havendo uma ampla discussão com relação às mudanças nas contas do governo, a fim de gerar crédito para que possa dar continuidade a este programa social tão importante, pois há milhares de famílias que dependem dele para comprar a casa própria. Esperamos que isso ocorra o mais rápido possível, pois o setor representa um número muito grande de postos de trabalho diretos, sem falar nos indiretos. Somente no Cidade Jardim, temos cerca de dois mil funcionários”, disse.
Devido à nova tecnologia que foi aplicada, é possível moldar 22 apartamentos por dia. Hoje, são mais de 60% medidos da obra, com 1.072 unidades já habitadas, além de outras 400 prontas para morar, entregues à Caixa, para que os novos proprietários – que são do Movimento dos Sem Terra (MST) –, recebam as chaves. E há mais de quatro mil unidades levantadas. “Tivemos de capacitar nossos colaboradores, trazendo, inclusive, profissionais colombianos para ministrar aulas sobre a montagem das formas e manutenção das mesmas, e tudo ocorreu no próprio canteiro de obras. O mais interessante, é que essas pessoas não precisavam ter nenhum tipo de conhecimento prévio de construção”, lembrou Liana.
O empreendimento é, atualmente, o maior canteiro de obras do programa Minha Casa, Minha Vida em operação na região Nordeste. Está com toda a parte estrutural bastante adiantada, cerca de quatro mil unidades erguidas, preparadas para, a partir de fevereiro, haver maior foco na questão de acabamento, com alta produção. “A possibilidade de podermos entregar as unidades em módulos, que a Caixa nos facultou, facilitou muito o andamento desta que é uma das principais obras do MCMV no Brasil”, asseverou a vice-presidente da Fujita Engenharia.

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