...Ação ocupa Babilônia e desarticula tráfico
de 620 casas foram vistoriadas, culminando na prisão de cinco pessoas
em flagrante e na apreensão de um adolescente. Além da apreensão de
armas, drogas, munição e colete balístico, quatro bocas de fumo foram
desativadas.Delegado Fernando Menezes, responsável pela Coordenadoria Integrada de Planejamento Operacional (Copol), afirmou que essas ações não têm finalidade única de apreender material ilícito, mas também de desenvolver um trabalho de combate ao crime
organizado, derrubando os chefes de tráfico e quebrando a estrutura
financeira da organização. Outro objetivo, aponta Menezes, é o caráter
social da operação, mostrando às comunidades que sofrem as intervenções
policiais que o Estado está presente para garantir a segurança da
população.“Objetivo é atacar a causa. A nossa preocupação é pegar os cabeças do tráfico. Queremos quebrar a cadeia de comando e desarticular a rede de tráfico. Até agora as operações foram deflagradas em comunidades reféns da violência do crime organizado. Então, essas ações funcionam para mostrar
também que estamos em qualquer lugar, com atuação efetiva, operacional e
técnica, para garantir às pessoas o direito de ir e vir. E vamos
continuar com esse trabalho”, assegurou o delegado.MANDADOS
Os mandados de busca
e apreensão coletivos foram expedidos pela 2a Vara de Tóxico e
assinados pelo juiz Francisco Duarte Pinheiro. As investigações que
resultaram na operação duraram, aproximadamente, dois meses. Fernando
Menezes destacou que o difícil acesso à comunidade atrasou o andamento
das investigações. “Não adianta saber que o indivíduo é traficante, é
preciso pegá-lo em flagrante”, explicou.A ação policial integrada, que envolveu, ainda, o Ministério Público e o Poder Judiciário, faz parte do programa Em Defesa da Vida. Na quarta operação, participaram 550 agentes da Copol, Coordenadoria Integrada de Operações de Segurança (CIOPS), Coordenadoria de Inteligência e Coordenadoria Integrada de Operações Aéreas (Ciopaer) da SSPDS, além de agentes da Polícia Militar (PM), Polícia Civil
e Corpo de Bombeiros.MONITORAMENTO
Um dos reflexos da desarticulação das redes de tráfico nas comunidades é o processo migratório da criminalidade. De acordo com Fernando Menezes, além da ofensiva que concentra esforços para derrubar os chefes das quadrilhas, é realizado o monitoramento da migração das organizações criminosas para outras localidades. “A investigação não para. Hoje prendemos, em flagrante, cinco pessoas por tráfico de entorpecentes, mas quem não foi preso vai ser monitorado. A partir
dessas informações, deflagramos outras operações”, garantiu o delegado.Ainda de acordo com Menezes, a mudança para outra área não é fácil para o traficante. Ele tem que se estabelecer numa região que, provavelmente, já tem outros chefes. Daí, apontou o delegado, o alto índice, atualmente, de homicídios. “Eles ficam se digladiando por território, ou seja, uma guerra de traficantes. Temos que colocá-los na cadeia e, assim, reduzir o índice de homicídios”.
Titular do 80 DP, delegada Ana Cristina Albuquerque, ressaltou, ainda, algumas estratégias de traficantes, que mantêm diversos imóveis para dificultar a localização. Segundo ela, a população das comunidades é feita de refém pelas organizações criminosas, imperando a lei do silêncio. “No entanto, com as operações, as comunidades estão ganhando confiança com o trabalho policial. Em outras comunidades, que receberam a operação, houve significativa queda no índice de criminalidade, especificamente no tráfico de drogas. As pessoas estão participando mais, inclusive, colaborando com denúncias”, comentou.
BALANÇO GERAL
Este ciclo de operações integradas teve início no dia 27 de junho de 2014, quando foi realizado, pela primeira vez, mandado de busca e apreensão coletiva no Ceará.
As comunidades do Muro Alto e Uruca, no bairro Sapiranga, na Área Integrada de Segurança 3 (AIS 3) de Fortaleza, foram as primeiras localidades a receber a ofensiva. Nos dias 24 de julho e 21 de agosto, outras duas operações foram realizadas nas comunidades do Pôr do Sol, em Messejana, na AIS 4; e Lagoa Seca, também na Sapiranga, AIS 4.
Até agora, 1.440 casas foram vistoriadas, 11 pessoas presas, além de quatro adolescentes apreendidos. Durante as quatro operações a Polícia apreendeu, ainda, uma pistola calibre 45 de uso restrito das Forças Armadas, uma submetralhadora de fabricação artesanal, um revólver calibre 38, uma espingarda de pressão, uma motocicleta, balanças de precisão, crack, cocaína e maconha.
A Operação Nômade deve ser direcionada, ainda, a outras localidades, conforme levantamento da Coordenadoria de Inteligência da SSPDS.
PRISÕES E APREENSÕES DA OPERAÇÃO
Carlos Henrique Lima da Silva (19), o “Carlim”, e Maiara Cruz de Sousa (18) foram presos no momento em que tentavam sair da comunidade portando pedras de crack e maconha. Para não levantar suspeita, a droga estava escondida com a jovem, grávida de oito meses. A dupla foi autuada por tráfico de drogas.
Em outra investida dos policiais em uma das casas da comunidade, foi capturado Jairon Sousa de Araújo (21), que estava em uma residência no bloco 26. No local, foram apreendidos tijolos de maconha, crack e embalagens para armazenamento de droga. O fato que chamou atenção da polícia foi a descoberta de aparelhos celulares e bebidas alcoólicas que, segundo as investigações, estavam embalados para serem enviados a presídios da Região Metropolitana de Fortaleza.
Foi preso ainda: Marcos Tiago Sousa Rodrigues, o “Cachaça”. Na residência dele, foram encontradas 17 trouxinhas de maconha prontas para a comercialização. Já Brusi Lee da Silva Costa (23) foi preso por posse ilegal de munição. Na casa dele, foi encontrada munição de calibre 12.
E mais: com um adolescente de 15 anos, foram apreendidas pedras de crack e uma espingarda de pressão. Ele foi conduzido a Delegacia da Criança e do Adolescente (DCA), onde foi feito auto de apreensão em flagrante por tráfico de drogas.
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