Alfredo e Ramalho sofrem com volta de Salmito e pedem os sais


Salmito volta à Câmara e é alvo de críticas
Ao retornar ontem para a Câmara Municipal de Fortaleza (CMFor), o vereador Salmito Filho (Pros), cotado pela maioria dos vereadores para ser o próximo presidente da Casa, foi alvo de críticas por parte dos opositores, como João Alfredo (Psol) e Deodato Ramalho (PT), quando apontaram que o seu nome não foi levantado por meio de consenso entre os parlamentares, mas sim, “tirado do bolso do colete” do prefeito Roberto Cláudio (Pros).
Por volta das 11h30min, Salmito chegou à Casa cumprimentando os colegas no plenário. Em seguida, foi reempossado sem cerimônia oficial, deixando para trás a Secretaria de Turismo de Fortaleza. Mesmo que o republicano venha encontrar dificuldades de apoio de partidos como o Psol e PT, Salmito possui o voto dos sete vereadores do Pros, que, em razão da proporcionalidade paritária, ou seja, por deter a maior bancada da Casa, tem o direito de indicar o nome para ocupar o cargo mais importante da Mesa. “A Casa legislativa é o grande palco da democracia e tem aqui que ter uma base aliada para dar sustentabilidade ao Governo, mas como também tem que ter oposição. Isso faz parte da cultura democrática do Parlamento”, respondeu as críticas, fomentadas, também, por receber a “benção” do prefeito Roberto Cláudio.
“Estou acostumado com a disputa”, retrucou o vereador, caso tenha que concorrer à vaga com outros blocos. “Não por mim, mas pela Câmara Municipal. Acho que eleição consensual na Câmara dá um passo e um recado para a sociedade de que precisa unir-se, colocando as divergências partidárias e pontuais que são legítimas um pouco de lado, e defender o Parlamento de Fortaleza, que precisa recuperar sua imagem para a população”, completou.
IMAGEM DA CÂMARA
Questionado pelo jornal O Estado sobre como pode “recuperar” a imagem da Câmara, conforme disse, caso assuma a Presidência nos próximos dois anos, apontou: “Com transparência, diálogo, valorização do parlamento e aproximar a Câmara da população”.
Sobre os vereadores José do Carmo (PSL), Adail Jr. (Pros) e Iraguassu Teixeira (PDT), por terem retirado suas candidaturas para apoiá-lo, Salmito afirmou que foi um ato de “nobreza” e “honradez” em prol da construção de uma eleição consensual. Com relação às críticas de que os vereadores haviam retirados suas candidaturas em razão de influência do prefeito, Salmito foi enfático: “Quem falou isso não está sabendo, não está bem informado, por quê? Porque o próprio vereador José do Carmo já tinha dito para mim, no primeiro semestre desde ano, que, caso eu fosse candidato, ele me apoiaria. Portanto, a minha candidatura é completamente legítima. Agora, eu tenho o apoio do prefeito. Isso eu não nego de forma nenhuma”, disse.
SEM CONSENSO
A discussão, que saiu dos bastidores da Casa e chegou à tribuna do plenário, fomentou o discurso do vereador João Alfredo. “Para desmentir essa ideia de consenso. Por quê? Quem participa do consenso, quem está fazendo essas articulações, que bases são os consensos, se cria uma situação de fato consumado”, justificou João Alfredo sobre abortar a discussão na tribuna. “É uma candidatura imposta pelo prefeito, óbvio, porque foi tirado do bolso do colete do Roberto Cláudio. Ele era secretário e estava atuando na sua área e, de repente, vem como paraquedas e baixa como consenso, não há oposição nessa Casa?”, rechaçou o oposicionista.
Na mesma linha, pronunciou-se o vereador Deodato Ramalho. “O que se desenha claramente nessa eleição é a colocação do Salmito para cumprir uma tarefa dada pelo prefeito. E o Legislativo perde com isso credibilidade, na medida em que não tem autonomia para ir contra a vontade imposta pelo Executivo”, frisou.
Para o petista, a então pré-candidatura do vereador José do Carmo (PSL) era legítima e contava com o apoio de 25 parlamentares. “Um dia antes da sua volta, o vereador Salmito afirmou que não tinha intenção de se candidatar e até então havia uma campanha para José do Carmo. Como posso então compreender se houve uma construção legítima do vereador da base, se havia 25 declarações de apoio ao José do Carmo. Está claro que foi indicação do prefeito, então não podem vir aqui dizer que foi consensual”, pontuou.

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