Um sábado com Carlos Brickman

Tremendona. Coluna Carlos Brickmann


O primeiro turno já tem uma semana. E até as últimas horas Marina Silva, candidata do PSB e da Rede Solidariedade, não conseguiu decidir sua posição no segundo turno. Pode apoiar Aécio, pode apoiar Dilma, pode, como fez nas últimas eleições, recolher-se ao sacrossanto retiro do lar. Mas prefere comportar-se como a última bolacha do pacote: aquela que todos disputam na hora da fome.

O problema é que com o tempo a bolacha vai murchando. Boa parte dos eleitores de Marina decidiu sem aguardar sua orientação. O PSB, partido que lhe serviu de abrigo, optou por Aécio Neves, do PSDB; mas rachou em diversos Estados, desperdiçando a chance de, unido, consolidar-se e crescer nacionalmente.

Como sempre, o que prevalece é o interesse de momento. Na Bahia, em que o PT venceu no primeiro turno (e o PSD de Gilberto Kassab levou Otto Alencar ao Senado), boa parte da Executiva do PSB, liderada por Lídice da Matta, ex-prefeita de Salvador, optou por Dilma; Eliane Calmon, esperança do PSB para o Senado, ex-ministra do STJ, derrotada, ficou com Aécio. Governadores do PSB, como Camilo Capiberibe, do Amapá, e Ricardo Coutinho, da Paraíba, estão com Dilma (e com Dilma, ao menos de coração, está o presidente do partido, Roberto Amaral). A ala majoritária do partido fica com Aécio. E Marina, quando decidir sua posição, talvez se surpreenda ao descobrir que não tem mais quem a siga.

Que é que Marina quer? Parece sentir-se o candidato Tremendão, cantado por Erasmo. E esquece outro sucesso, este na voz de Eduardo Araújo: Goiabão.

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