Só um particular pra cuidar da cultura cearense


Radialista cearense lança cordel baseado na literatura dos Irmãos Grimm

José Rômulo Mesquita criou o cordel com a intenção de valorizar as histórias infantis com um toque nordestino


José Rômulo Mesquita trabalha como produtor musical mas se diverte criando cordeis. (FOTO: Tribuna do Ceará/ Rosana Romão)
José Rômulo Mesquita trabalha como produtor musical mas se diverte criando cordeis. (FOTO: Tribuna do Ceará/ Rosana Romão)
O radialista José Rômulo Mesquita é apaixonado pela cultura nordestina. Há 33 anos ele trabalha na Rádio Universitária FM produzindo o programa “Reouvindo o Nordeste”. Com o tempo, encontrou uma segunda atividade que também lhe dá alegria: escrever cordéis. Sem fins comerciais, ele escreve por lazer e muitas vezes nem chega a publicar as narrativas. Este ano, criou um cordel chamado “Os três cabelos de ouro do diabo”, baseado em uma literatura dos Irmãos Grimm.
“Eu escutava muito essas histórias quando era criança, hoje ouço novamente quando minha esposa conta para o netinho dela. Então decidi fazer esse cordel para que essas histórias possam ser conhecidas de uma forma mais regionalista”, explica.
Na adaptação, há diversas expressões nordestinas. O radialista conta que desenvolveu o livro sem pretensão de divulgá-lo. Distribuiu-os gratuitamente a amigos e em escolas. O exemplar de seu neto já está reservado. O livro pode ser adquirido em uma banca de revistas localizada próximo ao Dragão do Mar.
  Apesar do costume de escrever cordéis, este é apenas o segundo publicado. Há 30 anos, quando ainda era estudante, José Rômulo publicou “O Encontro de Lampião com Lamarta”, uma crítica política. Segundo ele, o cordel é como uma terapia ocupacional, uma diversão. “Nós temos uma cultura e expressão popular ímpar no mundo. Nós somos uma mistura, não temos uma raça pura, e é isso que nos enriquece”, destaca.
José Rômulo viveu até os 15 anos em Reriutaba, cidade a 309 km de Fortaleza. Veio para a capital para estudar e estava cursando Agronomia quando teve a oportunidade de trabalhar na Rádio Universitária. “Eu juntei a fome com a vontade de comer. Trabalhar com rádio era um sonho que eu tinha, então eu larguei a faculdade por isso. Depois fiz um curso de radialista e estou aqui até hoje”.
Assim ele segue a carreira na Universitária FM, onde trabalha como produtor musical desde 1981, ano de fundação da rádio. Com 64 anos de idade, não pensa em outra coisa. “Falar da cultura nordestina através do rádio é tudo o que eu queria”, conclui.

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