Vamos voltar a enlatar pescado no Ceará


Iniciada produção de pescado em conserva
Foi inaugurada, ontem, a linha de produção da fábrica de atum e sardinha em lata da empresa espanhola Crusoe Foods, em parceria com a cearense R&B Aquicultura. Situada numa área de 10.000 metros quadrados (m²), a unidade fabril recebeu investimentos da ordem de R$ 25 milhões e terá capacidade para produzir cerca de 10 milhões de latas de sardinha em conserva, e outros dois milhões de latas de atum, por mês, no distrito de Siupé, em São Gonçalo do Amarante. Para garantir esta produção, serão necessárias 1.850 toneladas de sardinha e cerca de 350 toneladas de atum, mensalmente, movimentando toda a cadeia pesqueira do Ceará, além de outros setores como transporte e logística.
Trata-se do primeiro empreendimento desse tipo a ser instalado nas regiões Norte e Nordeste, fruto da parceria entre a empresa europeia e a cearense R&B Aquicultura, que fará o processamento da matéria-prima (peixe) para a conserva. A Crusoe Foods vai gerar, apenas nesta primeira fase, mais de 300 empregos diretos, sendo que 90% deles serão de mão de obra feminina. Boa parte da produção é automatizada, mas, em cerca de 30% da linha, é necessária a utilização de pessoas que estão na fase final de treinamento para que, a partir de outubro, seja iniciada a comercialização do pescado ali fabricado. E as perspectivas são muito boas, pois em suas unidades fabris na Espanha, a empresa chega a produzir cinco milhões de latas de pescado em conserva por dia.
CAPACITAÇÃO
A solenidade de inauguração da Crusoe Foods contou com a presença do presidente da empresa, Jesus Alonso Fernandes, que destacou a importância da vinda de profissionais capacitados para realizar os treinamentos das equipes aqui no Ceará, a fim de oferecer aos clientes os melhores produtos do mercado. “Vamos gerar centenas de empregos na região de São Gonçalo do Amarante, devido à construção desta grande fábrica de pescados enlatados. Espero que, em pouco tempo, os supermercados brasileiros tenham, em suas prateleiras, os produtos fabricados aqui”, disse. Já o diretor geral, Javier Alonso, revelou que a empresa já possui uma área de 35.000m², para a expansão da capacidade produtiva, dependendo das demandas do mercado.
Isso porque, segundo o diretor da R&B Aquicultura, Max Mapurunga, o atum que será processado na fábrica está vindo, principalmente, da região de Camocim, e entre 65% e 70% do consumo de sardinha em conserva está concentrado nas regiões Norte e Nordeste. Mas um dos principais objetivos da Crusoe Foods é inverter esta realidade, oferecendo atum a preços mais competitivos e com mais qualidade. “Hoje, o mercado de sardinha em lata responde por 70% do consumo, e o de atum por 30%. Mas quem consome estes dois tipos de pescado preferem o atum, mas compra mais sardinha, por ser mais barata. A empresa pretende igualar o preço destes dois tipos de pescados. A R&B investiu R$ 2 milhões no empreendimento, que deverá retornar em um ano. O faturamento vai depender da matéria-prima”, asseverou.
O titular da Secretaria da Pesca e Aquicultura do Ceará, Francisco Sales, também esteve presente à solenidade e lembrou que, há alguns meses, foi feito o lançamento da pedra fundamental da fábrica e, ontem, a unidade já estava totalmente pronta e iniciando sua produção. “Ela tornou-se uma realidade muito rápido, comprovando a confiança dos investidores. Serão 12 milhões de latas de pescado por mês, mas com ampla capacidade de expansão. Esta fábrica representa uma grande oportunidade de crescimento para o município de São Gonçalo do Amarante e todo o Ceará”, lembrou. Seu colega carioca, Felipe Peixoto, disse que o Ceará partiu na frente, pois, há alguns anos, o Rio de Janeiro vinha trabalhando para levar a Crusoe Foods para lá. “Mas estamos finalizando a negociação e, em breve, levaremos uma indústria do grupo para o Rio”, completou Felipe.

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