O que aconteceu? Por que estão matando menos?


Cai índice de crimes violentos no Ceará
Os Crimes Violentos Letais Intencionais (CVLI’s), que englobam homicídio, lesão corporal seguida de morte e latrocínio, no Ceará, caíram 15,6% no mês de agosto, que fechou com 308 CVLI’s, uma média de 10 ocorrências por dia.  Dados apresentados, ontem, pela Secretaria da Segurança Pública e Defesa Social (SSPDS), compararam o resultado com o registrado no mesmo período em 2013, que contabilizou 365 casos, uma média de 11,7 casos por dia. Com o resultado, a SSPDS afirma que 57 vidas foram salvas.
Para o secretário adjunto da Segurança Pública e Defesa Social, Wilemar Rodrigues Júnior, a redução deve-se pelo entendimento das forças policiais do Programa em Defesa da Vida, implantado no início do ano. Segundo ele, as ações desenvolvidas pela Polícia Militar, Polícia Civil, Corpo de Bombeiros e Perícia Forense do Ceará consolidam os resultados obtidos pelo programa.
O secretário aponta que a redução de 15,6% supera em 9,6 pontos percentuais a meta de diminuição estabelecida de 6% pelo programa.  “Temos a plena convicção de que as metas serão alcançadas. A maturação desse programa já fez que o resultado aparecesse até mais rápido. Com a queda de 15,6% e com os resultados registrados na primeira semana de setembro, a gente pode estimar que, no final do ano, vamos bater a meta de 6%. A tendência que estamos acompanhando sinaliza para a redução dos CVLI’s”, avalia Wilemar Rodrigues.
Em números absolutos, a SSPDS sinaliza que o mês de agosto deste ano alcançou o melhor índice desde julho do ano passado, quando ocorreram 307 CVLI’s. Em termos de redução percentual, este é o melhor resultado obtido desde maio de 2011, quando se registrou queda de 24,5%, comparado com o mesmo mês de 2010.
Em Fortaleza, a redução foi de 7,8%, caindo de 153 CVLI’s, em agosto de 2013, para 141, em 2014. Na Região Metropolitana, a diminuição foi de 28,4%, reduzindo de 81 crimes para 58. Já no Interior Sul, a queda foi de 27,1%, passando de 85 para 62 casos. No Interior Norte, houve um acréscimo de 2,2%, indo de 46 para 47 CVLI’s.
Das 18 Áreas Integradas de Segurança, dez apresentaram redução em agosto (AISs 4, 5, 7, 9, 10, 11, 14, 15, 16 e 17). Todas caíram mais que os 6% estabelecidos como meta. A AIS 6 empatou. As demais apresentaram crescimento.
DESACELERAÇÃO
Apesar de apontar a redução no mês de agosto, os dados da SSPDS apontam, ainda, índices altos de criminalidade, principalmente, ao contabilizar o acumulado dos primeiros oito meses do ano (2.966) e compará-lo com o mesmo período de 2013 (2.806), os números saltam para cima. Contudo, o secretário adjunto da SSPDS argumenta que o cenário é de desaceleração.
“É importante destacar a desaceleração, que é reflexo da maturação do Programa em Defesa da Vida. No Ceará, os CVLI’s vinham numa crescente. A implementação do Programa começou a mudar a trajetória ascendente da curva de criminalidade. Quando fechamos o semestre, explicamos que, embora ainda houvesse crescimento nos índices, enxergávamos uma desaceleração, principalmente, na comparação de janeiro de 2012 com 2011; 2013 ante 2012; e 2014 frente a 2013. O resultado de agosto reforça essa tendência. Consideramos o resultado rápido. Em Pernambuco, o programa veio surtir efeito apenas no segundo ano. No Ceará, os números caíram em nove meses”, afirma Wilemar Rodrigues.
Conforme os dados da Secretaria de Segurança, no Estado, em 2012, se comparado ao ano anterior, houve crescimento de 32,9% dos Crimes Violentos Letais Intencionais. Em 2013, em relação a 2012, o aumento foi de 18,3%. Já nos oito primeiros meses de 2014, se confrontados com os mesmos meses de 2013, a alta diminui para 6,7% (ver tabela).
Na análise do secretário adjunto, a desaceleração do crescimento dos índices criminais é fruto da integração entre as forças de segurança e dos levantamentos realizados pelas áreas de inteligência, além de outras ações.  “A gente passa para os comandos das áreas as localidades onde ocorre o maior número de crimes. Com esses dados, podemos concentrar nossos esforços. As estatísticas orientam os esforços, mas não é apenas isso que contribui para a redução. De dezembro de 2013 para cá, incorporamos cerca de 2000 novos policiais militares. Incorporamos ainda 360 novos inspetores na Polícia Civil”, aponta Rodrigues.
COMPENSAÇÕES FINANCEIRAS
A meritocracia, um dos fundamentos do Programa em Defesa da Vida, foi um dos pontos avaliados positivamente pelo secretário adjunto.  “Os profissionais de segurança que atuam nas áreas que conseguem reduzir os índices de CVLI’s recebem, trimestralmente, compensação financeira proporcional aos resultados alcançados em suas áreas. Dos R$ 60 milhões definidos para serem distribuídos no primeiro semestre de 2014, 46% foram repassados aos servidores, uma vez que a distribuição está condicionada à queda dos crimes”, detalha.
No primeiro trimestre, R$ 20,8 milhões foram distribuídos para 17.044 policiais. No segundo trimestre, foram distribuídos R$ 6,6 milhões para 8.027 servidores. Neste terceiro trimestre, que se encerra em setembro, confirmando-se a tendência de queda que vem sendo registrada na primeira semana do mês, será possível, pela primeira vez, o batimento de meta no Estado como um todo.

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