Afastada empresa gestora de mercados
A
2a Vara Cível de Juazeiro do Norte determinou, ontem, o afastamento da
empresa administradora de diversos mercados públicos da cidade. Ainda
segundo a sentença judicial, que tem efeito retroativo, é dever do
município assumir a administração dos equipamentos objetos da concessão
administrativa, que estava sob a administração da SR Empreendimentos
Ltda desde 2009. O valor global da concessão é de cerca de R$ 11,5
milhões.
O
Ministério Público ajuizou ação civil pública em fevereiro de 2014 em
face do município de Juazeiro do Norte e da empresa em questão referente
à concessão onerosa de administração de mercados públicos da cidade.
Ainda dentro dessa concessão, estavam diversos itens como serviços de reforma e restauração, construção de um novo
mercado, com centro de compras e abastecimento, reforma do frigorífico
industrial e conclusão da obra do restaurante Colina do Horto junto à
Prefeitura de Juazeiro do Norte. Os mercados públicos objetos da
concessão: Teófilo Machado; Governador Gonzaga Mota; Raimundo Viana;
Mozart Cardoso; Pio XII; Mercado Público Novo Juazeiro; Centro Comercial
Novo Juazeiro; e Centro de Abastecimento do Novo Juazeiro.
Irregularidades
Na
ação civil pública dos mercados públicos, foram listadas diversas
irregularidades pelo Ministério Público no processo licitatório: o
edital não previu a data em que os interessados e a população teriam acesso
ao dia da abertura dos envelopes de habilitação e de proposta, não
havendo qualquer ata do referido ato do procedimento licitatório.
Verificou-se ainda a ausência de qualquer pesquisa de mercado (pesquisa
de preço) na licitação, o que se revela absurdo, tendo-se em vista os
vultosos valores envolvidos na concessão administrativa.
Consta
da ação civil pública que o Tribunal de Contas dos Municípios (TCM)
realizou inspeção, informação datada em 23 de agosto de 2013, relatando
que os prazos de execução das obras e reformas estavam sendo
integralmente descumpridos. O prazo
final para conclusão da obra em relação ao Mercado Público Teófilo
Machado expirou em 4 de janeiro de 2011, e não ocorria nenhuma
intervenção da empresa visando à execução da concessão. No Mercado
Público Governador Gonzaga Mota (Pirajá) as obras deveriam estar
concluídas em 4 de agosto de 2009, e nenhuma intervenção estava
acontecendo neste mercado durante a inspeção do TCM ocorrida em 2013, e a
obra encontrava-se paralisada.
Rachaduras
Foram verificadas pelo TCM graves irregularidades na aludida obra pública realizada no Mercado do Pirajá: laje com rachadura e infiltrações, presença de entulho
dentro do mercado, estruturas de luminárias enferrujadas, laje com
presença de mofo e infiltração, instalação improvisada, sanitários em
péssimo estado de conservação e o vaso sanitário impróprio para
deficientes físicos, instalações elétricas improvisadas, pisos de
circulação com pavimentação danificada, piso de circulação sem
pavimentação, boxe inacabado, abrigando lixo, barraca bastante
deteriorada, inclusive com coberta precária, piso de circulação com
degraus e sem rampa de acessibilidade, existência de mofo e infiltração
na parede, boxes inacabados e com alvenaria aparente, piso rústico em
péssimo estado de conservação e instalações elétricas completamente
expostas oferecendo risco às pessoas que por ali transitam.
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