Finalmente a compra e venda de votos entra na paura anecipada do MP


MP investiga denúncias na eleição do Ceará
Uma prática típica dos primeiros anos da República brasileira, a compra de votos, atravessa séculos e continua em vigor até hoje no país, apesar das leis e da maior fiscalização por parte das autoridades e da sociedade civil. Nos bastidores, a informação é de que, de norte a sul do Brasil, votos são comprados com uma extensa lista de benefícios, em que o dinheiro e às vezes até dentadura são a principal moeda utilizada. São usados, também, material de construção, cesta básica, gasolina, comida e bebida, passagem de ônibus, pneus, até mesmo, emprego na esfera pública.
Até o momento, segundo informou, o procurador regional eleitoral, Rômulo Conrado, não existe nenhum caso concreto nas eleições desde ano, aqui no Ceará. Entretanto, diversas denúncias sobre suposta compra de votos estão sendo investigadas e, sendo assim, os procuradores estão de olho na movimentação dos candidatos no interior do Estado. Na mira da Justiça Eleitoral, a prática é difícil de ser combatida por conta das provas, conforme explica Rômulo Conrado.
Na semana passada, o Ministério Público Eleitoral (MPE), no Ceará, instaurou procedimento administrativo para investigar denúncias feitas por deputados estaduais sobre casos de compras de votos por candidatos nas eleições deste ano. Na sessão da Assembleia Legislativa, da última terça-feira, o deputado Fernando Hugo (SD) declarou na tribuna, sem citar nomes, que uma candidata que busca vaga no Legislativo estadual estaria comprando todos os votos na Ibiapaba, inclusive, insinuou que se referida a ex-prefeita de São Benedito.
Além dele, o deputado estadual Ely Aguiar (PSDC) e Lula Morais (PCdoB) e o federal Chico Lopes (PCdoB) também afirmaram ter conhecimento de candidatos que estão comprando votos no interior cearense.
Sobre o assunto, o procurador Rômulo Conrado informou que, hoje, conversará com o deputado Chico Lopes, mas, segundo adiantou, ele já apresentou não ter elementos concretos sobre a denúncia. O deputado Fernando Hugo foi o primeiro a prestar esclarecimentos e também afirmou ter apenas reproduzido os boatos ouvidos em algumas regiões visitadas durante a campanha.
O procurador, portanto, afirmou que as investigações serão aprofundadas e as regiões citadas monitoradas, sem identificar os lugares. Até agora, conforme explicou, as denúncias envolvendo compra de votos são bem menores, se comparadas as eleições municipais de 2012.
SAIBA MAIS
• A compra de votos é caracterizada quando um candidato oferece dinheiro ou qualquer outra vantagem em troca do voto do eleitor. Por exemplo, atendimento médico, material de construção, dentre outros. Mesmo que a pessoa não aceite a proposta, isso configura crime que pode dar até quatro anos de prisão e pagamento de multa. Basta que seja comprovada a compra de um único voto para que o candidato seja punido.

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