Cid Gomes bota rolha na circulação da IstoÉ e processa revista por calúnia, injúria e difamação


Juíza proíbe circulação nacional da IstoÉ
A Justiça cearense acatou a solicitação do governador do Ceará, Cid Ferreira Gomes (Pros) e proibiu, em âmbito nacional, a circulação da revista IstoÉ que, na noite da última sexta-feira (12), publicou que ele estava entre os novos nomes delatados pelo ex-diretor da Petrobras, Paulo Roberto Costa, personagem principal de uma investigação da Polícia Federal e do Ministério Público Federal (MPF) sobre suposto esquema de corrupção na Petrobras.
Na tarde de ontem, o governador pronunciou-se, por meio de nota oficial, sobre a reportagem da revista ressaltando que a publicação é “fraudulenta”. A assessoria de comunicação do Governo confirmou ao jornal O Estado que o governador Cid Gomes moveu uma ação contra a revista na Justiça cearense, por dano moral, calúnia e difamação, e que a juíza Maria Marleide Maciel Queiroz, da 3ª Vara da Família de Fortaleza, deferiu, desde o último domingo (14), decisão favorável ao pedido de Cid.  A equipe de reportagem também entrou em contato com o Tribunal de Justiça do Ceará, contudo, a instituição afirmou que a juíza não iria se pronunciar sobre o caso, além de que as informações não podiam ser repassadas em razão de o caso seguir em segredo de Justiça.
No último dia 6, uma outra revista, a Veja, publicou que Costa havia  listado para procuradores da República em troca de delação premiada, a relação de mais de 30 políticos envolvidos no esquema de desvio de dinheiro público da estatal, a partir de contratos superfaturados.
“ARMAÇÃO”
Alegando ter sido vítima de armação criada por seus adversários políticos, para interferir na disputa eleitoral no Ceará, o governador afirma, no comunicado oficial, que está processando a revista por calúnia, difamação e por dano moral.
“Não tenho, nem nunca tive, qualquer envolvimento nem qualquer tratativa pessoal com o citado ex-diretor da Petrobras, muito menos qualquer conversa indecente ou corrupta. Todo o meu relacionamento com a Petrobras sempre foi institucional”, assegurou em um segundo ponto da nota.
De acordo com Cid Gomes, a “fraude” envolvendo o seu nome em véspera de eleição, repete a prática ocorrida nas eleições de 2010, onde a revista Veja publicou uma matéria, onde acentuou ter se revelado “completamente falsa”, de uma investigação da Polícia Federal sobre um suposto esquema de corrupção que também envolvia o seu irmão Ciro Gomes, no suposto desvio R$ 300 milhões de prefeituras do Ceará entre 2003 e 2009.
“O Brasil não suporta mais assistir à corrupção impune nem pode dar aos malfeitores e ladrões do dinheiro público o prêmio da impunidade, senão chegaremos ao fundo do poço em que os salafrários reinarão e ainda se sentirão autorizados a enlamear a honra de quem faz da vida pública uma prática decente. É o caso presente e a Justiça tem a obrigação de, celeremente, achar e punir os culpados”, conclui a nota, assinada por ele.
E AINDA
A matéria da IstoÉ, que não apresenta nenhum documento oficial e nem as provas de que Paulo Roberto Costa haveria delatado novos nomes de grande cunho da política nacional, apontou ainda que o senador e candidato ao governo do Mato Grosso do Sul, Delcídio do Amaral (PT); o senador e candidato a vice-governador no Rio, Francisco Dornelles (PP); e do deputado federal e candidato à reeleição no Rio Eduardo Cunha (PMDB) fazem parte da nova delação premiada.

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