Nem acharam o morto e já disputam o lugar dele


Irmão de Campos defende candidatura
“Como filiado ao PSB, membro do diretório nacional com direito a voto, neto mais velho vivo de Miguel Arraes, presidente do Instituto Miguel Arraes e único irmão de Eduardo, que sempre o acompanhou em sua trajetória, externo a minha posição pessoal de que Marina Silva deve encabeçar a chapa presidencial da coligação Unidos Pelo Brasil liderada pelo PSB, devendo a coligação, após debate democrático, escolher o seu nome e um vice que una a coligação e some ao debate que o Brasil precisa fazer nesse difícil momento, em busca de dias melhores”.
E finaliza: “Tenho convicção de que essa seria a vontade de Eduardo”. “Desde 2013, [Eduardo Campos] vinha fazendo o debate dos problemas e do momento de crise por que passa o Brasil, querendo fazer uma discussão elevada sobre nosso país. Faleceu em plena campanha presidencial, lutando pelos seus ideais e pelo que acreditava”.
Antônio Campos invoca também a memória do avô, Miguel Arraes. “A nossa família tem mais de 60 anos de lutas políticas em defesa das causas populares e democráticas do Brasil. O meu avô Miguel Arraes foi preso e exilado, não se curvando à ditadura militar. Eduardo Campos continuou o seu legado com firmeza de propósitos.” E diz ainda: “O mundo está nas mãos daqueles que têm coragem de sonhar e correr o risco para viver os seus sonhos pessoais e coletivos”.
Lembrando que Eduardo Campos e Arraes “serão plantados no mesmo túmulo”, ele diz que a lápide do jazigo traz uma frase de Drummond: “Tenho duas mãos e o sentimento do mundo”. E segue: “Essas sementes de esperança e de resistência devem inspirar uma reflexão sobre o Brasil, nesse momento, para mudar e melhorar esse país, que enfrenta uma grave crise, sendo a principal dela a crise de valores. Não vamos cultivar as cinzas desses dois grandes líderes, mas a chama imortal dos ideais que os motivava.”
PSB manifesta-se
O PSB nacional soltou uma nota em que afirma que as discussões sobre o futuro da candidatura presidencial só terão início após o sepultamento de Eduardo Campos, que será domingo, no Recife.
O objetivo é desautorizar a precipitação de articulações políticas públicas, o que é considerado pela cúpula do partido, neste momento, como desrespeitosas com a memória do ex-governador.
Apesar dessa tentativa, nos bastidores dirigentes já conversam entre si sobre o rumo da campanha e, até o momento, tem prevalecido a tese do “caminho natural”, ou seja, a de que Marina Silva assuma a cabeça de chapa da disputa ao Palácio do Planalto.

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