Eunício foi sabido: nem escuto a conversa da mutuca


Segurança foi o tema mais discutido; Camilo Santana, o alvo preferencial
Três, dos quatros candidatos ao governo do Estado participaram, na manhã de ontem, do debate eleitoral realizado pela TV DN. Ailton Lopes (Psol), Eliane Novais (PSB) e Camilo Santana (PT) estiveram presidentes. Já o candidato pelo PMDB, Eunício Oliveira não compareceu. Entre os temas mais debatidos, esteve o de segurança pública. O candidato da base governista, Camilo Santana sofreu ataques pelos opositores, entretanto, considerou que “faz parte da democracia e da estratégia de cada candidato”.
O primeiro bloco de perguntas foi aberto por Ailton Lopes, que criticou o programa Ronda Quarteirão. Dirigindo-se ao candidato Camilo Santana, ele questionou a eficácia do projeto e disse que finalidade dará ao Ronda, caso eleito. Sem revidar ao tom de crítica do candidato do Psol, Camilo respondeu que a violência agravou-se por conta das drogas, fato onde ressalvou ter virado uma epidemia em todo o Brasil. Entre as propostas para um eventual governo, o petista prometeu propiciar acolhimento aos jovens viciados, intensificar a fiscalização nas fronteiras, aumentar o efetivo das polícias, abrir mais 33 delegacias 24 horas. “Outra questão importante é reestabelecer a disciplina e a hierarquia da Polícia, melhorando a questão salarial”, complementou, frisando que a problemática das drogas não se resolverá só com polícia, mas com a integração de políticas públicas.
Em sua tréplica, Ailton afirmou que o governo que Camilo Santana “representa” é “excludente”. “As promessas se repetem. O atual governo gerou mais de 2. 600 trabalhadores na linha da pobreza, um em cada três cearenses ganham R$ 140 por mês. Este é o modelo a ser gerado, de desigualdade social”, disparou.
Sobre o tema, a candidata socialista Eliane Novais disse que, caso eleita, mudará a forma de governar. “O povo precisa ser protagonista no Governo. É preciso governar com autoridade. Mudando a forma de governar, nós vamos resolver o problema da segurança, educação. Vamos acabar com autoritarismo que está posto nesse governo”, disparou.
FINANCIAMENTO DE CAMPANHA
O financiamento de campanha por parte de grandes empresas aos candidatos ao Governo esteve entresos questionamentos polêmicos abordados no debate.  Entre os concorrentes, apenas Ailton Lopes não recebe doação de pessoas jurídicas. “Empresa vota?”, perguntou Ailton a Eliane Novais, que em sua primeira prestação de contas, tem a “Safra Leasing Sa Arrendamento Mercantil”, como maior doadora para o seu partido, que repassou os recursos à candidata no valor de R$ 221.120,00. “Nós sabemos que empresa nenhuma vota.... Quem vota é a população”, revidou Eliane, afirmado ainda que “quem sofre é a população, que está vendo o que está acontecendo, um governo distante”.
Ailton ainda criticou os demais candidatos, inclusive Eunício Oliveira, ausente no debate.  “Empresa não vota, empresa investe”, disse, lamentando que “o modelo político brasileiro permite que o poder econômico interfira na decisão eleitoral. “A gente sabe muito bem o que aconteceu com a eleição para a Prefeitura de Fortaleza, o tamanho do poder econômico, inclusive, daquele que não está aqui hoje, porque acha que o seu dinheiro pode ganhar uma eleição”. Alfinetou.
BANHEIROS
Outra polêmica levantada pela candidata Eliane Novais contra Camilo Santana foi com relação ao “escândalo dos banheiros”, onde, segundo afirmou,  recursos públicos do Fundo de Combate à Pobreza, que seriam destinados para a construção de banheiros públicos foram desviados. A verba proveniente da Secretaria das Cidades foi repassada para os convênios que se responsabilizaram para fazer a aplicação correta dos recursos. Camilo Santana, que teve seu nome mencionado no processo, defendeu-se  no debate afirmando que entrou na Secretaria em janeiro de 2011, enquanto os convênios aconteceram em junho de 2010. “Fui eu, como secretário, que descobri o problema dentro da Secretaria, puni e demiti os bandidos da Secretaria das Cidades, depois ajudei o Ministério Público a entrar com uma ação. Em seguida, fiquei surpreso quando o próprio Tribunal de Contas me envolveu no primeiro relatório. Protestei, e o próprio Tribunal me isentou de qualquer responsabilidade”, disse.
Outros temas que vêm sendo debatidos constantemente na campanha também foram mencionados como foi o caso da saúde, estiagem e déficit habitacional.
AUSENTE
Por meio de nota, a assessoria de comunicação de Eunício Oliveira, afirmou que a ausência do candidato foi justificada por conta de um compromisso de campanha na Casa do Estudante, em razão de comemoração dos 80 anos da Casa, “instituição que o acolheu na década de 70, quando chegou em Fortaleza, vindo de Lavras da Mangabeira, em busca de estudo e trabalho”. Na ocasião, ouvindo os jovens, o candidato firmou o compromisso de instituir a meia passagem intermunicipal para os estudantes.
“Trabalhei no Congresso Nacional para aprovar as 21 novas metas do Plano Nacional de Educação, que prevê investimento de 10% do PIB para o Setor. Se eu chegar ao Governo, o Ceará terá um governador que vai ter um olhar diferenciado para a educação, que vai cuidar dos jovens cearenses e instituir a meia passagem intermunicipal, para que os jovens possam visitar seus pais no fim de semana”, assegurou o candidato peemedebista.

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