Ê, ê!


Cearense que vende acarajé é confundido com mulheres que se vestem de baiana

Vestido com a indumentária da umbanda, Paulinho ganha fama vendendo comida baiana em uma das avenidas e praças mais movimentadas de Fortaleza

Paulinho escolheu as proximidades da imagem de Nossa Senhora de Fátima como ponto de venda (FOTO: Tribuna do Ceará/ Wolney Batista)
Paulinho escolheu as proximidades da imagem de Nossa Senhora de Fátima como ponto de venda (FOTO: Tribuna do Ceará/ Wolney Batista)
A cultura baiana de comer acarajé já faz parte do gosto dos cearenses há muito tempo. Uns dos endereços mais procurados para se encontrar a iguaria em Fortaleza é a Avenida Beira-Mar, nos caldeirões das famosas baianas, e na praça da Cidade 2000.
Porém, mais distante do litoral da Capital, um homem ganhou fama por fritar o típico bolinho de feijão. O cearense Paulinho já é conhecido por moradores e formou clientes fixos nos pontos onde trabalha, mas, a figura masculina fazendo acarajé ainda surpreende quem passa.
“Chama atenção, porque não é normal ter homens que vendem acarajé. Mas as pessoas já estão acostumadas por aqui”, reconhece com humor enquanto atende três clientes ao mesmo tempo.
A explicação para a indumentária não está na culinária,  mas sim, na religião. Além de ser católico, Paulinho é seguidor da Umbanda, religião que ele se aproximou logo após começar a vender o prato baiano.
O cearense montou o seu tabuleiro há cerca de três anos na praça em frente à Igreja Nossa Senhora de Fátima, no bairro de Fátima. Inicialmente ele vendia apenas nos dias 13 de cada mês, quando fiéis católicos lotam o templo destinado à santa. Mas desde o ano passado, além da data, o acarajé de Paulinho pode ser encontrado no local de quarta à sexta-feira, e, esporadicamente aos domingos.
“Eu venho todo dia e ainda trago meu neto. É meu divertimento de  velhice”, afirma sorridente Jurandir Barbosa. A aposentada acompanha o amigo desde quando ele vendia na Avenida Dedé Brasil. O ponto no lado Sul da cidade ainda existe, mas quando Paulinho não está lá, é a irmã  que assume o posto.
O sucesso de vendas aos pés da imagem de Nossa Senhora de Fátima é garantido, de acordo com o ambulante. “Nos dias 13 eu vendo uns 50 acarajés”. A boa renda e os pedidos dos clientes exigiu inclusive que ele  adotasse uma máquina de cartão de crédito e débito como um dos itens obrigatórios no tabuleiro.
Legado de baiana
A origem do saboroso acarajé de Paulinho realmente é da Bahia. Ele aprendeu a receita enquanto era ajudante de uma baiana na Avenida Beira-Mar. Após anos com ela, o cearense resolveu montar o próprio negócio e expandir o aprendizado gastronômico. Agora pode passar lá no ponto do Paulinho, faz um Check-In e prova o acarajé dele. Só não vale chamar ele de baiana.

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