Bilhete do Francis Vale
Macário,
No link abaixo, pode-se ler uma matéria bem interessante.
É
o seguinte: uma juíza de Maracanaú decidiu que os cinemas não podem
impedir que as pessoas entrem com alimentos( refrigerantes, água
mineral, pipoca etc) comprados fora.
A propósito, há uns cinco anos,
li uma entrevista do vice-presidente da Cinemark ( uma das oligopolistas
do circuito exibidor de cinema no Brasil) na qual ele esclarecia que
apenas quinze por cento da receita das suas salas vinham dos ingressos
vendidos na bilheteria. Ou seja, oitenta e cinco por cento vem da venda
de produtos de alimentação. Daí a imposição ilegal e absurda de proibir
alimentos comprados fora.
Aí cabe a pergunta: estamos diante de salas de cinema ou de mercadinhos?
A
resposta: em cada shopping temos mercadinhos com cinemas dentro. Os
mercadinhos usam os filmes para atrair os compradores de seus produtos,
por sinal com preços que chegam ao triplo dos cobrados na própria "Praça
da Alimentação" dos shoppings.
Isso explica porque o circuito
exibidor aposta todas as fichas nos "arrasa quarteirão". São eles que
ajudam a vender pipoca. Cinema brasileiro não dá pé porque vende pouca
pipoca. Com exceção das pornochanchadas globais, bem divulgadas pelo
império midiático dos Marinhos.
Pobre Brasil. Com essa permissividade
toda, nosso cinema continua assim: setenta por cento dos filmes fora do
circuito. Quem manda não vender muita pipoca...
Abs.
Francis
O Francis Vale é cineasta, advogado e servidor do Estado, retirado.
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