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Avião da Malaysia Airlines com 295 pessoas cai na Ucrânia

Avião da Malaysia Airlines com 295 pessoas a bordo cai na Ucrânia32 fotos

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17.jul.2014 - Imagem mostra o local onde o voo MH17 da Malaysia Airlines caiu com 295 pessoas na Ucrânia, na região de fronteira com a Rússia Maxim Zmeyev/Reuters
Um avião de passageiros da Malaysia Airlines com 295 pessoas caiu nesta quinta-feira (17) na Ucrânia, na região de fronteira com a Rússia.
O Ministério do Interior ucraniano atribuiu a queda da aeronave, um Boeing 777, a "um míssil disparado do solo". O primeiro-ministro do país, Arseni Yatseniuk, ordenou uma imediata investigação do que chamou de "catástrofe".
O avião estava voando normalmente, sem problemas, até desaparecer do radar, afirmou Dmytro Babeychuk, chefe do órgão responsável pelo espaço aéreo da Ucrânia. "O voo estava ocorrendo normalmente... Não houve nenhuma palavra sobre qualquer problema da tripulação", informou Babeychuk em entrevista coletiva.
Cidadãos dos Estados Unidos, Holanda e Alemanha estão entre as vítimas. Segundo o governo da Ucrânia, todos a bordo morreram.
O voo MH17 ia de Amsterdã, na Holanda, para Kuala Lumpur, na Malásia, e voava a 10 mil metros quando caiu. O voo teria duração de 11h55 minutos e percorreria uma distância de 10,2 mil quilômetros.
Arte/UOL
Voo ia de Amsterdã (Holanda) para Kuala Lumpur (Malásia)
Oficiais de defesa da Ucrânia disseram que o trabalho na região de Donetsk, onde o avião caiu, é difícil em razão dos destroços espalhados por áreas extensas. As buscas também são dificultadas pela presença de terroristas armados na região.
O governo russo entrou em contato com a Ucrânia oferecendo ajuda nas investigações e também no resgate das vítimas.
Não está claro que relação a queda do avião tem com o atual conflito entre forças ucranianas e forças separatistas pró-Rússia na região.
Horas antes, as autoridades ucranianas haviam acusado a Rússia de ter abatido um de seus jatos militares -- Moscou negou.

Vídeo amador mostra momento da explosão do avião

O Ministério da Defesa da Malásia divulgou que, até o momento, não tem confirmações de que o avião foi abatido e que está investigando o acidente.
Em comunicado, a Associação Internacional de Transporte Aéreo (Iata, na sigla em inglês) afirmou que o avião estava voando em espaço aéreo aberto.  "Com base na informação disponível no momento, acredita-se que o avião atravessava espaço aéreo que não era sujeito a restrições", informou.
A Malaysia Airlines afirmou em sua conta no Twitter que perdeu contato com o MH17 às 11h15 (horário de Brasília), e que sua última posição foi registrada no espaço aéreo ucraniano, a 30 km de Tamak.
A Boeing informou que está ciente dos relatos da imprensa e que está coletando informação. "Nossos pensamentos e orações estão com aqueles a bordo do avião da Malaysia Airlines perdido sobre o espaço aéreo ucraniano, bem como com suas famílias e seus entes queridos", disse nota da empresa.
"Estou chocado por relatos de que um avião da MH caiu. Estamos lançando uma investigação imediata", disse o premiê da Malásia, Najib Razak, em sua conta no Twitter.
O ministro da Justiça e Defesa holandês, Ivo Opstelten, disse em comunicado que está "profundamente chocado" com o acidente, confirmando que havia muitos cidadãos do país no voo. "Meus pensamentos estão com as famílias e amigos daqueles que estavam no avião", escreveu.
Opstelten destacou que o governo holandês criará um número de emergência para que as famílias das vítimas possam buscar informações.
Joe Pries/AP
Avião que caiu é semelhante a esta aeronave

Ucrânia, Rússia e rebeldes negam ter abatido avião

Rebeldes separatistas da região leste da Ucrânia, onde o avião caiu, negaram qualquer envolvimento. "Nós simplesmente não temos esse sistema de defesa aérea", de acordo com a agência Interfax.
Além disso, o governo da República Autoproclamada de Donetsk, que controla a área onde ocorreu o acidente, afirmou que passará as caixas-pretas do avião para autoridades russas. "Em Moscou, eles têm especialistas de alta competência que poderão determinar a causa do acidente, apesar de parecer óbvia em todo o caso", disse o vice-premiê Andrey Purgin.
O presidente ucraniano, Petro Poroshenko, também negou que o Exército do país tenha participação. "Nós não descartamos que esse avião tenha sido derrubado e reforçamos que as Forças Armadas da Ucrânia não agiram contra alvos aéreos".
"Este é o terceiro evento trágico nos últimos dias, quando aeronaves militares ucranianas An-26 e Su-25 foram derrubadas em território russo", diz a declaração do presidente.
Segundo Svatoslav Tsegolko, assessor do presidente da Ucrânia, Poroshenko acredita que um "ato terrorista" foi a causa da queda do avião da Malásia. "Poroshenko crê que esse avião foi abatido: não é um incidente, não é uma catástrofe, mas um ato terrorista", disse Tsegolko, segundo a Reuters.
O porta-voz do governo russo, Dmitry Peskov, afirmou que é "estupidez" acusar o país de envolvimento no acidente com o MH17. A suspeita havia sido levantada logo após o acidente pelo ministro das Relações Exteriores de Kiev, Pavlo Klimkin, que alegou "ter evidências" sobre a participação russa na queda da aeronave.

Putin conversou com Obama sobre acidente

Agências russas de notícias divulgaram hoje que o presidente do país, Vladimir Putin, conversou com o presidente dos EUA, Barack Obama, por telefone, sobre a queda do MH17 na Ucrânia. Putin teria informado Obama do acidente imediatamente após o ocorrido, mas até o momento nem o Kremlin nem a Casa Branca afirmaram que o Boeing 777 foi derrubado.
O presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, afirmou que designou uma equipe direta de segurança para ajudar o governo ucraniano, oferecendo todo tipo de assistência aos passageiros e a suas famílias. "É uma prioridade descobrir se há norte-americanos entre as vítimas."

Alvo seria militar, e míssil segue calor

O governo ucraniano afirma que um míssil lançado do solo teria derrubado o avião da Malaysia Airlines. Para o especialista em segurança internacional, Gunther Rudzit, isso pode ter acontecido pela ação de rebeldes ucranianos, que possuem mísseis terra-ar fornecidos pela Rússia.
"Os rebeldes já vinham alardeando que teriam derrubado dois caças da Ucrânia. Um avião de transporte e helicópteros também teriam sido derrubado", diz Rudzit. Por causa desses indícios, ele acredita que o alvo do míssil não teria sido o avião de passageiros, e sim um avião militar.
O avião ucraniano que seria o suposto alvo teria conseguido despistar o míssil, que pode ter "enquadrado o avião [da Malaysia Airlines] em altitude maior", explica o especialista. "Esse míssil segue calor", completa. Os aviões de passageiros voam em altitude mais elevada que aeronaves militares, esclarece Rudzit.

Rebeldes já abateram aviões na região

Separatistas pró-Rússia do leste da Ucrânia já derrubaram ao menos dez aeronaves na região onde um Boeing 777 da Malaysia Airlines caiu.
A região é palco de conflitos entre o Exército ucraniano e os rebeldes há meses, desde que o ex-presidente do país Viktor Yanukovich foi deposto em fevereiro deste ano.
As aeronaves derrubadas pelos rebeldes, que usaram lança mísseis portáteis, voavam a baixa altitude, diferente do avião da Malaysian, que estava a 10 mil metros de altura. A lista inclui helicópteros militares, aviões de transporte do Exército e caças da força aérea.
Fontes do Ministério do Interior da Ucrânia afirmaram que o avião possivelmente foi derrubado por um sistema de mísseis conhecido como 'buk', disparado de caminhões militares.
A agência AP informou que repórteres avistaram um veículo lança-foguetes na cidade de Snizhne, controlada por rebeldes, na terça-feira. Horas antes da tragédia de hoje o governo da Ucrânia havia acusado a força aérea da Rússia de ter abatido uma de suas aeronaves durante uma missão em território ucraniano. Moscou negou a informação.

Identificação de passageiros

Cidadãos dos Estados Unidos, da Holanda e da Alemanha estão entre as vítimas da queda do voo MH17, da Malaysia Airlines. Repórteres que estão no local da tragédia disseram ter encontrado passaportes de todas essas nacionalidades.
O porta-voz do Departamento de Estado dos EUA, Jen Psaki, porém, afirmou que "não se pode confirmar ainda se haviam cidadãos americanos a bordo". Ele afirmou que o governo está trabalhando com o as autoridades ucranianas para conseguir mais informações.
A agência russa Live News divulgou uma lista com os nomes de três supostos passageiros do voo: Sophie Charlotte Van Der Meer, Tomas Van Keulen Allar e Jijar Singh Sanjid Singh.

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