Adoção - Conheça melhor a importancia desse gesto de amor


Os números destoam
Não importa de qual classe social você faça parte, onde você mora, ou que tipo de escola frequenta. Não importa em qual direção a sua vida siga ou que decisões você terá sobre ela. Vivenciar o seio familiar é, em algum momento da vida de qualquer ser humano, uma necessidade. Por isso, dormir e acordar sob o mesmo teto do pai e da mãe deveria ser a rotina de toda criança. Mas, infelizmente não é esta a realidade no Brasil. Dados do Conselho Nacional de Justiça (CNJ) dão conta de que no país existem, atualmente, 44 mil crianças e adolescentes vivendo em abrigos. Um número que não para de crescer. Em fevereiro de 2013, eram 37 mil.
Na fila, à espera de adoção, ao todo são 5,5 mil crianças e adolescentes. Do outro lado, em um mundo que parece bastante distante para todos eles, há quase 30 mil famílias na lista de espera para adotar uma criança. Se há tanta gente disposta a dar e receber amor, por que a conta não fecha?
Um dos casos que ajuda a engrossar essa estatística é o do adolescente Tiago (nome fictício), 15 anos. Há cinco morando no abrigo Casa do Menor, em Fortaleza, a esperança de encontrar uma família parece ter sido tirada, aos poucos, do seu coração.
Maltratado pelo pai durante toda a infância, obrigado a testemunhar a morte da mãe e rejeitado por tios, avós e primos, para o menino, a única esperança era encontrar no seio de uma família desconhecida o amor que jamais teve.
Mas ,o processo burocrático de adoção, a demora e as decepções foram se acumulando. Aos 15 anos, ele vislumbra um futuro diferente de tudo o que já viveu. Ao completar 18 pretende morar sozinho, escrever com seus próprios punhos uma nova história. Trabalhando como menor aprendiz, o adolescente faz as contas na ponta do lápis ao final do mês e não deixa de arredar parte do dinheiro que recebe para a caderneta de poupança. É o planejamento traçado por pequenos passos em busca de uma vida melhor.
Assim como Tiago, no Estado do Ceará, existem quase 600 crianças e adolescentes vivendo em abrigos. Destes, 66 estão aptos para adoção. Em 2014, o sonho de conseguir uma família chegou para apenas três delas. Pretendentes não faltam. Ao todo são 335 candidatos habilitados no Cadastro Nacional de Adoção (CNA). Criado em abril de 2008, o CNA tem como principal objetivo dar mais celeridade e transparência aos processos de adoção, pois uma pessoa habilitada em outro Estado da Federação pode adotar uma criança de Fortaleza e vice-versa.
perfil pretendido
De acordo com Gabriella Costa, chefe do Setor de Cadastro de Adotantes e Adotandos do Fórum Clóvis Beviláqua, casais que querem adotar crianças acima de três anos esperam, em média, dois anos na fila. Aqueles que optam por crianças de até um ano, a espera tem sido de cinco anos. A demora, segundo a servidora, deve-se ao fato de não surgirem crianças com o perfil pretendido.
Essa espera, no entanto, não atende ao que diz a Lei nº 12.010/2009, conhecida como a Nova Lei da Adoção. Segundo a legislação, a Justiça tem prazo de dois anos para definir a situação da criança e do adolescente institucionalizado: ou volta para a família biológica ou é encaminhado para a adoção. A medida reforça o Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA), que diz que o acolhimento deve ser medida excepcional. O problema é que, muitas vezes, esse prazo não é respeitado. Tiago sabe bem disso.
Adoções realizadas  no estado do Ceará:
Dados dos últimos 6 (seis) anos, no Ceará, fornecidos pelo Cadastro Nacional de Adoção (a partir de novembro de 2008, data que foi implantado o CNA).
Ano       Número de crianças adotadas
2008    01 (uma)
2009    11 (onze)
2010    08 (oito)
2011    21 (vinte e uma)
2012    08 (oito)
2013    14 (quatorze)
2014    03 (três)
TOTAL                 66 foram adotadas em 6 anos
* Antes da implantação do CNA, de janeiro a outubro de 2008, foram adotadas 49 crianças.
* Este ano de 2014, estão em processo de adoção 14 crianças, e mais 11 crianças estão sendo visitadas, em processo  de vinculação afetiva com os pretendentes.
* Há 66 crianças aptas para adoção e 335 pretendentes habilitados para adotar.

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