Aracaju, 1º de abril de 2014.
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Prezado(a)
Internauta,
Geraldo Duarte acaba de sugerir seu artigo Doutor Batérico: todo dia é 1º
de abril, publicado hoje no JORNAL DA CIDADE, de
Aracaju.
Doutor Batérico: todo dia é 1º de
abril
Geraldo
Duarte*
O maior e muito popular
loroteiro do Ceará – quem sabe, do Brasil – era o mecânico-eletricista e exímio
pianista José Afonso Lima, o famoso Doutor
Batérico.
Já conhecido dos ledores,
figurante em artigo nosso publicado neste espaço, hoje volta devido a dois
motivos relevantes. O Dia da Mentira e os 34 anos do acidente sofrido pela nave
americana Apollo 13, completados neste mês.
Como o super-herói da ficção
alencarina surgiu personagem no duplo acontecimento? Fáceis
respostas.
No primeiro, constituindo-se
fato público e notório as narrações imaginativas, cômicas e espetaculares,
constantemente revividas, apesar de decorrido quase decênio e meio do
falecimento de tão folclórica figura.
No segundo, por registros de
nossa imprensa e de familiar aqui citado, capazes de avivar as lembranças dos
antigos e atender as curiosidades dos contemporâneos apreciadores de
causos.
O semanal Tablóide UP –
Utilidade Pública, do jornal O Povo, editado pelo inesquecível jornalista
Edmundo Vitoriano, em edição de 19/05/1970, veiculou matéria do articulista
Walse Barbosa intitulada “Salvou a Apollo 13 e vai acabar a guerra”, também se
fez uma das fontes informativas.
Quanto às confabulações e
entendimentos que o cientista do impossível e reitor da Universidade de Lorotas
manteve com o presidente Richard Nixon, conseguindo o fim da Guerra do Vietnã,
aguardarão um futuro próprio, pois integram documentação volumosa e secreta do
Pentágono.
Assim, consideramos importante e
prioritário o salvamento dos astronautas da citada missão, depois de
angustiantes e arriscados momentos porque passaram no satélite natural dos
poetas e dos amantes a céu aberto.
Batérico, a bordo de sua
Astronave “5”, passeava pela galáxia, apreciando o panorama estelar e o infinito
universal, enquanto testava misterioso combustível. Invento seu e da professora
de Química Maria Tataca.
A fórmula da potente substância
propulsora, antes composta dos óleos de castanha de caju e de pequi, recebeu
aditivo especial, tornando-a inigualável na Terra.
Em experiências ultrassecretas,
juntamente com o pai do foguete-bomba V2, Wernher von Braun, findos complexos
estudos sobre o óleo de coco babaçu, decidiu acrescentá-lo. Em reconhecimento e
homenagem à mestra, parceira da invenção, denominou de “MT” o novo
comburente.
Findava estada em Marte. Acabara
de pronunciar conferência. Ao instalar-se no comando da cosmonave e ligar a
ignição, o transceptor sideral acendeu a lâmpada de alarme, ressoou o sinal de
emergência máxima e, automaticamente, captou a desesperada mensagem de pedido de
socorro: “Houston, temos um problema.”.
O calendário marcava 13 de abril
de 1970, quarenta e oito horas após o lançamento da Apollo
13.
No módulo, em órbita lunar,
James Lovell, Fred Haise e John Swigert comentavam a imprevista pane e pediam
instruções a NASA da forma de ação a adotar. E a NASA, de pronto, replicou
pedido de socorro ao Marco Pólo arataca. Daí, deflagrada a OBA - Operação
Batérica Auxiliar.
Mais depressa do que
rapidamente, o cidadão cósmico reorientou o rumo da “5” e, na velocidade da luz,
rasgou a imensidão espacial e socorreu os viajores.
“Eles estavam bem fisicamente,
entretanto, apavorados com um vazamento encontrado na cápsula. Tremiam que só
vara verde. Ambiente de Deus nos acuda! Para acalmá-los, dei-lhes umas doses de
caninha e tira-gostos de tripa torrada e ovo de codorna. Acalmaram-se.”,
relatou.
Realizou exame minucioso em
todos os aparelhos do veículo. Detectou os impasses e corrigiu-os. Aplicou uma
mistura de cachaça, cera de abelha e um preparo sigiloso, vedando os buracos
existentes e afastando todo o perigo.
Verificou o restante dos
instrumentos de navegação e identificou a existência de erro no cálculo da
trajetória de retorno. Não fosse corrigido, ao invés de pousarem no Pacífico,
teriam caído em São Paulo ou no Rio de Janeiro.
Na comemoração anual da data
magna dos mentirosos, no passado reverenciada pelo Doutor, com as petas de
abril, a acontecer na Praça do Ferreira, os potoqueiros menores reunir-se-ão,
imitando o saudoso mestre ausente.
Já Oriente Eterno, entre as
amadas, provavelmente, estará promovendo facetas originárias das inimitáveis
verve e alegria.
Agradeço as gentilezas do Carlos
Adonias de Lima, o Betão, um dos vinte e cinco filhos, das quatro esposas -
Mariinha, Judith, Luiza e Francisca - do querido técnico, tecladista e emérito
gozador Doutor Batérico, continuador do trabalho do genitor, que me recebeu na
longeva oficina.
Ao débito do planeta, em face
das proezas inigualáveis, alguns textos dedicarei a Batérico, numa gratidão
pelos tempos hilários sempre proporcionados.
*Geraldo Duarte é advogado, administrador e
dicionarista.
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