O João é deferente de Manuel e Joaquim; é do bacalhau


Culinária portuguesa é destaque
Requinte, qualidade e bom gosto fazem parte da trajetória do restaurante João do Bacalhau, em Fortaleza. Em funcionamento desde 2006, na Varjota, o estabelecimento vem se destacando na Capital, tornando-se referência quando o assunto é culinária portuguesa. Além dos pratos típicos lusitanos, são oferecidos, também, exemplos da gastronomia do sertão nordestino, sem falar nas grandes estrelas produzidas com frutos do mar, uma arte da cozinha mediterrânea. O proprietário, o português João Carlos Gomes de Oliveira, juntamente com sua esposa, a cearense Patrícia Oliveira, conduzem o restaurante, que leva o nome de seu idealizador. Em entrevista ao jornal O Estado, o empresário traz mais detalhes de sua trajetória, bem como expansão, mercado local, empregabilidade e sua atividade.
O Estado - Como nasceu o estabelecimento?
João Carlos Gomes de Oliveira - Cheguei ao Ceará em 1990, quando montei três restaurantes com mais dois outros sócios. Em 12 anos de percurso, nunca tive o retorno financeiro que esperava. Foi quando decidi montar um negócio próprio, embora pequeno. Assim nasceu o João do Bacalhau, com estrutura bem menor do que atual. A partir de então começamos, eu e minha esposa, trabalhando e investindo o que a gente ganhou até chegarmos a essa estrutura que temos hoje. Toda pessoa que ia aos restaurantes, na época da sociedade, não dizia que iria ao A ou B, mas o restaurante do João. Daí, quando eu decidi montar meu próprio restaurante, pensei em meu nome e na minha especialidade, que era bacalhau. E, graças a Deus, tive a felicidade de ter escolhido o nome certo.
OE - Quando foi que o senhor sentiu a necessidade de ampliar seu negócio, incluindo outras especialidades?
JCGO - Inicialmente, começamos na Rua República de Líbano, 1079, e fomos ampliando, comprando mais uma casa vizinha, em 2007, e mais outra, em 2008. Depois de dois anos, compramos outro imóvel, ao lado, em junho de 2011. Com a graça de Deus, e com trabalho, a casa sempre foi pequena, e nunca comportou - principalmente aos finais de semana -, o número de pessoas que vinham. Essa necessidade foi o que fez aumentar nosso espaço.
OE – Há outros planos de expansão?
JCGO - A gastronomia é uma coisa muito pessoal. Se eu abrir mais casas, o padrão de qualidade não será o mesmo. Aqui há o diferencial de que eu estou sempre presente, o que não acontecerá com as outras. Isso não quer dizer que aqueles que possuem muitas casas não funcionam. Não penso em sair de onde estou, embora, amanhã, eu possa pensar de outra maneira.
OE - O senhor, como empreendedor, ainda trabalha como cozinheiro. E como é possível gerenciar o funcionamento do restaurante e a parte administrativa?
JCGO - Sim, todos os dias, e nos dois turnos - fazendo almoço e jantar. Os trabalhadores revezam-se, enquanto que o único que continua sou eu. Quando não estamos atendendo, eu saio para resolver as coisas, e, ainda, às 17h, pelo menos em cinco dias na semana, faço minha caminhada, por uma hora.
OE – E, quanto à localização, houve algum critério para a escolha? Chegou a estudar outro local?
JCGO - A gastronomia faz-se da seguinte maneira: quanto mais restaurantes, melhor para todos. Na minha terra se diz “quanto mais cabras, mais cabritos”. O cliente não é de ninguém, ele é de quem o trata bem, e não vem sempre ao mesmo lugar todo dia. O cliente faz um rodízio e, felizmente, a Varjota é um polo bom, e temos, aqui, cerca de 90 restaurantes. E eu sempre gostei de montar restaurante onde há muitos. E outra: dentre os muitos, há aqueles que destacam-se, cada um mediante o seu trabalho.
OE - A que o senhor atribui o fato de o nome João do Bacalhau ser destaque entre os principais restaurantes de Fortaleza?
JCGO - Eu penso que o começo de uma casa (restaurante) chama-se cozinha. E para ter um padrão de qualidade, a pessoa não pode comer um só dia. Eu não digo que minha cozinha é perfeita, porque nem nós somos perfeitos. Hoje, para qualquer casa ter sucesso é preciso uma boa cozinha. Não adianta começar muito bem e não manter o que começou. É melhor começar pequeno e crescer mantendo a qualidade.
OE - Que novidades o João do Bacalhau trará aos seus clientes?
JCGO - No próximo dia 1º de maio, teremos a Grande Noite de Fados, tipicamente portuguesa, e que, logicamente, vai acompanhar a nossa gastronomia. Estará conosco, nesse dia, a cantora internacional Marly Gonçalves, a partir das 21h. Vai ser um espetáculo bonito e acolhedor, à luz de velas. Esperamos que a casa esteja completamente cheia, e, portanto, é bom fazer reservas. O intuito do fado - estilo musical português -, é fazer uma coisa diferente, bonita e cultural, além de presentear o nosso cliente com algo novo. O evento acontece, também, no dia 2, e esperamos em torno de 220 pessoas por noite.
SERVIÇO
Evento: Grande Noite do Fado. Local: Restaurante João do Bacalhau (Rua República do Líbano, 1079, Varjota). Informações e reservas: 3267-3029.

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