Erro do Ipea reduz assombro, mas só um pouco
Josias de Souza
Na
semana passada, o Ipea confirmara Darwin ao informar que a expressiva
maioria da sociedade brasileira (65,1%) concordava com o raciocínio
segundo o qual mulher que usa roupa que exibe o corpo merece ser
atacada. Tornara-se impossível negar que havia mesmo um macaco pendurado
na árvore genealógica da humanidade. Pior: ficara evidente que, no caso
brasileiro, o homem subvertia a teoria, involuindo.
Nesta sexta-feira (4), sobreveio o alívio. O Ipea informou que cometeu um “erro relevante”. O percentual correto não é 65,1%, mas 26%. Ainda é espantoso. Mas pelo menos você já pode alegar que seus antepassados não descendiam dos chimpanzés. Eram adotados.
Segundo o Ipea, houve uma troca de tabelas. Inverteram-se os resultados de duas questões: “Mulher que é agredida e continua com o parceiro gosta de apanhar” e “Mulheres que usam roupas que mostram o corpo merecem ser atacadas”. Mas tome cuidado. Não exagere no otimismo.
O Ipea explica que continuam de pé os outros dados da pesquisa. Inclusive aquele que revela a concordância de 58,5% dos entrevistados com a ideia de que haveria menos estupros se as mulheres soubessem se comportar. Quer dizer: se o instituto do governo não cometeu outro erro, você pode ser um tarado que ainda não ficou preso no elevador com uma mulher assanhada.
De resto, depois que as tabelas foram invertidas ficou entendido que 65,1% dos entrevistados do Ipea concordam totalmente ou parcialmente com a tese de que mulher que é agredida e continua com o parceiro gosta de apanhar. Vivo, o cronista Nelson Rodrigues gritaria: “Eu já sabia!”
Perguntado certa vez se a mulher gosta de carinho, Nelson Rodrigues respondeu: “Pelo contrário. A mulher gosta de apanhar.” Entre surpresa e assombrada, Hebe Camargo indagou: “Todas?” E o cronista: “Nem todas. Só as normais. As neuróticas reagem.” Tomara que o Ipea tenha cometido múltiplos equívocos.
Nesta sexta-feira (4), sobreveio o alívio. O Ipea informou que cometeu um “erro relevante”. O percentual correto não é 65,1%, mas 26%. Ainda é espantoso. Mas pelo menos você já pode alegar que seus antepassados não descendiam dos chimpanzés. Eram adotados.
Segundo o Ipea, houve uma troca de tabelas. Inverteram-se os resultados de duas questões: “Mulher que é agredida e continua com o parceiro gosta de apanhar” e “Mulheres que usam roupas que mostram o corpo merecem ser atacadas”. Mas tome cuidado. Não exagere no otimismo.
O Ipea explica que continuam de pé os outros dados da pesquisa. Inclusive aquele que revela a concordância de 58,5% dos entrevistados com a ideia de que haveria menos estupros se as mulheres soubessem se comportar. Quer dizer: se o instituto do governo não cometeu outro erro, você pode ser um tarado que ainda não ficou preso no elevador com uma mulher assanhada.
De resto, depois que as tabelas foram invertidas ficou entendido que 65,1% dos entrevistados do Ipea concordam totalmente ou parcialmente com a tese de que mulher que é agredida e continua com o parceiro gosta de apanhar. Vivo, o cronista Nelson Rodrigues gritaria: “Eu já sabia!”
Perguntado certa vez se a mulher gosta de carinho, Nelson Rodrigues respondeu: “Pelo contrário. A mulher gosta de apanhar.” Entre surpresa e assombrada, Hebe Camargo indagou: “Todas?” E o cronista: “Nem todas. Só as normais. As neuróticas reagem.” Tomara que o Ipea tenha cometido múltiplos equívocos.
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