O Bonitão quer fazer fuá


Tasso Jereissati admite candidatura
O ex-governador Tasso Jereissati (PSDB) admitiu, ontem, que pode disputar a vaga ao Senado Federal na eleição de 2014 se for “imprescindível” para dar sustentação, no Nordeste, à candidatura de Aécio Neves (PSDB) na corrida presidencial.
O anúncio foi feito durante encontro da Executiva Nacional da legenda, em Brasília, e contraria declarações anteriores do tucano que davam conta da impossibilidade de seu retorno. Em 2010, quando foi derrotado nas urnas, Tasso anunciou que se afastaria da política para se dedicar aos netos. No início do mês, o ex-senador disse, em entrevista ao jornal O Estado, que não pretendia voltar à disputa nas urnas.
“Tasso colocou que, ‘se for imprescindível minha candidatura, nós conversaremos’”, relatou ao jornal O Estado o presidente estadual do PSDB, Luiz Pontes, que acompanhou Tasso durante evento em Brasília.
“Ele [Tasso] falou que, independente de qualquer cargo em disputa, o desejo que lhe move é trabalhar pelo Aécio”, completou Pontes.
O dirigente reafirmou que a candidatura de Tasso é um desejo do partido e não escondeu que o ninho tucano pressiona há meses para que Tasso dispute as eleições, uma vez que o PSDB precisa de um palanque de peso no Ceará.
SEM EUNÍCIO
Ao admitir que está no jogo, Tasso Jereissati abre novos cenários no tabuleiro eleitoral. A composição da chapa majoritária inclui o ex-prefeito de Maracanaú, Roberto Pessoa (PR), para a disputa pelo governo do Ceará.
Durante o evento, em Brasília, o tucano ainda deixou clara sua estratégia rumo à possível disputa pelo Senado Federal: evitar aliança com PMDB e, em paralelo, trabalhar para fortalecer a candidatura do senador Aécio Neves (PSDB) à Presidência da República.
Sobre a possível costura com o senador Eunício Oliveira (PMDB), pré-candidato ao governo do Ceará, Luiz Pontes mandou um aviso: “Nós só iremos apoiar uma candidatura que tiver fechada 100% com Aécio”, disse ao descartar a aliança com o senador que pretende apoiar a reeleição de Dilma Rousseff.
Nos bastidores, Aécio tentava repetir os acordos eleitorais fechados com o PMDB da Bahia e do Rio de Janeiro. O presidenciável, segundo aliados, vinha conversando diretamente com Eunício para formar chapa com os tucanos cearenses e, inclusive, chegou a especular-se que Tasso também havia sentado para conversar com o peemedebista.
O PESO DO CEARÁ
O Ceará é fundamental na matemática da corrida presidencial. O estado é o terceiro maior colégio eleitoral do Nordeste, atrás da Bahia, onde o PT é governo, e de Pernambuco, do pré-candidato do PSB Eduardo Campos. Além disso, o Ceará é o sétimo estado do País em número de eleitores e já foi um reduto do PSDB no passado. Tasso comandou o Ceará por três mandatos e ajudou a eleger o primeiro governador tucano no País, hoje, por ironia, aliado de Dilma e do PT, Ciro Gomes (atualmente no Pros).
DESAFIO
Agora, o desafio do PSDB é trabalhar para formar uma aliança contra o governador Cid Gomes (Pros) que está comprometido com a reeleição da presidente Dilma Rousseff.  Em conversa com o jornal O Estado, o deputado Raimundo Gomes de Matos (PSDB) confirmou a pré-candidatura de Tasso e disse que os republicanos estão entre os aliados preferenciais.
O parlamentar ressaltou que, em nível estadual, o diálogo com o PR está avançado, inclusive com a possibilidade da formação de chapa com o ex-prefeito de Maracanaú, Roberto Pessoa (PR) saindo como candidato ao governo do Ceará. Ainda sem data definida, Pessoa conversará com Aécio.
Por isso, os tucanos já se comprometeram a iniciar uma conversa com a cúpula nacional do PR para trabalhar a proposta, segundo informou Gomes de Matos. “Tasso e Aécio conversarão com [Anthony] Garotinho PR/RJ”, disse o parlamentar, em relação a uma possível interlocução com a executiva nacional do PR.

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