Decisão de Cid é pessoal, dizem aliados


As lideranças políticas que compareceram ao evento no Tribunal de Contas do Estado (TCE), ontem, por ocasião da posse da conselheira Patrícia Saboya, defenderam a mesma postura e adotaram uma frase “padrão” ao comentar a possível renúncia do governador Cid Gomes (Pros): “a decisão dele [Cid Gomes] é pessoal”. Na semana passada, o governador cogitou a possibilidade de renunciar ao cargo para permitir a candidatura do irmão, Ciro Gomes, ao Senado Federal.
Deputados estaduais e federais evitaram dar qualquer opinião sobre o assunto, apenas se restringiram a afirmar que o governador deve tomar a decisão, sozinho e, a eles, caberá somente respeitar a escolha. O vice-governador Domingos Filho (Pros) chegou até comentar sobre a chuva que atingiu o Estado, ao ser questionado sobre a sucessão estadual, numa clara tentativa de desviar o assunto. Caso haja renúncia, Domingos é o beneficiário direto e, portanto, evita tecer comentários.
Algumas lideranças, por sua vez, dizem ter jogado as articulações para depois do dia 5, quando indagados pela equipe do jornal O Estado sobre as apostas quanto à renúncia de Cid. Outros, porém, evitaram arriscar palpites. Caso o governador escolha pela renúncia, ela deve ser efetivada até 5 de abril, para que Ciro Gomes possa se candidatar, segundo a Lei Eleitoral. Pela legislação, parentes consanguíneos de presidentes, governadores e prefeitos tornam-se inelegíveis durante o período do mandato. Daí, a necessidade de renúncia de Cid, que não pode mais concorrer à reeleição, para viabilizar a postulação legislativa do irmão mais velho.
Segundo o prefeito Roberto Cláudio (Pros), Cid tem conversado com outras lideranças e deve tomar, até sábado, a decisão que “melhor sirva aos cearenses”. “É uma decisão pessoal que está envolvida. Ele, na liderança, determinará o futuro. A certeza será apenas no dia 5”, declarou, acrescentando que apoiará qualquer decisão “Ele nos representa. Qual o estado que não gostaria de ter Cid ou Ciro como senador?”, enfatizou.
Já o presidente da Assembleia Legislativa, José Albuquerque (Pros), também afirmou que a decisão é “pessoal” e que, assim como as demais lideranças, concentra esforços para manter o atual arco de alianças. O parlamentar, ao ser questionado sobre quem se beneficia com a decisão de Cid Gomes, comentou apenas que todos os nomes postos no xadrez eleitoral são “fortes” e “com potencial” para disputar qualquer vaga, até mesmo à chefia do Palácio Abolição.
CIRO
Qualquer decisão atinge diretamente a movimentação dos partidos aliados, sobretudo as articulações do deputado federal José Guimarães (PT) e do senador Inácio Arruda (PCdoB), que desejam postular a única vaga ao Senado. Ciro, porém, nega a pretensão, mas tem quem aposte na possibilidade.
Segundo o deputado federal Artur Bruno (PT), Cid não apresentaria esta possiblidade se não tivesse, no mínimo, convicção da vontade de Ciro Gomes. “Eu acredito que ele [Cid] não daria entrevista se não tivesse uma vontade. Portanto, acredito na candidatura do Ciro ao Senado. Claro que, definida, não está. Por isso precisamos aguardar”, afirmou, salientando que, após anúncio da decisão do governador, os partidos devem discutir qual sua vaga neste novo cenário.
Presente ao evento, o secretário de Saúde Ciro Gomes evitou conversar com a imprensa. Ele chegou acompanhando por familiares e assistiu à cerimônia de posse da ex-mulher ao lado de sua mãe, Maria José Santos Ferreira Gomes, conhecida como Dona Mazé.

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